O Brasil enfrenta um aumento alarmante no número de pacientes aguardando por transplantes de córneas. De acordo com dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, a lista de espera quase triplicou na última década, passando de 10.734 pessoas em 2014 para 28.937 em junho deste ano.

A média nacional para a realização do procedimento é de 194 dias, ou cerca de seis meses. Contudo, essa espera pode ser ainda mais prolongada em algumas regiões. Nos Estados do Maranhão e do Pará, o tempo de espera chega a quase 600 dias, ou 19 meses, revelando disparidades significativas no acesso aos serviços de saúde.

Para enfrentar essa crescente demanda, o Conselho Brasileiro de Oftalmologia estima que seria necessário dobrar a capacidade anual de transplantes. Em 2023, foram realizados 16.027 procedimentos, uma quantidade superior a anos anteriores. No primeiro semestre de 2024, 8.218 pacientes já passaram pelo transplante de córneas, com quase três mil deles apenas em São Paulo.

A cirurgia de transplante de córnea é um procedimento essencial que visa a troca da córnea doente por uma saudável e transparente, restabelecendo a visão dos pacientes. Contudo, com o aumento constante da lista de espera, fica claro que a ampliação da capacidade de doações e transplantes é urgente e necessária.

A situação levanta questões sobre a necessidade de políticas públicas mais eficazes e campanhas de conscientização para incentivar a doação de órgãos, fundamentais para que mais pacientes possam recuperar a visão e, consequentemente, a qualidade de vida.