A retomada do ensino é facultativa. Apenas municípios classificados em bandeira amarela ou laranja poderão voltar com as aulas presenciais
Após o governo do Estado apresentar, na terça-feira, 1º de setembro, o cronograma de retorno às atividades escolares, o prefeito Guilherme Pasin se manifestou, junto à secretária de Educação, Iraci Lucchese Vasques, em transmissão ao vivo, sobre a volta às aulas presenciais do ensino público municipal.
De acordo com o calendário estadual, a educação infantil (escolas e creches particulares) está autorizada a retomar na próxima terça-feira, 8 de setembro. De forma gradual e escalonada, o Ensino Médio e o Superior voltam no dia 21 de setembro, e o Ensino Fundamental entre os dias 28 de outubro (anos finais) e 12 de novembro (anos iniciais) – nas mais de 2.400 escolas da rede estadual de ensino. Poderão realizar a volta das aulas, os municípios classificados em bandeira amarela ou que estiverem há duas semanas na bandeira laranja pelo Modelo de Distanciamento Controlado do Estado.
Em Bento Gonçalves, apenas o cronograma do Ensino Infantil Público está definido: dia 14 de setembro. As datas das demais turmas serão estabelecidas nos próximos dias. Contudo, o calendário será revisto se a região passar para bandeira vermelha.
O prefeito afirma que a diferença nas datas entre o Estado e Município se deve à necessidade de um tempo hábil para testar todos funcionários da educação. Neste sábado e domingo, 5 e 6 de setembro, serão examinados 276 funcionários e professores. Das 30 escolas infantis da rede privada existentes no município, 21 demonstraram interesse em retornar às atividades.
A retomada do ensino, tanto das estaduais quanto das municipais, é facultativa. “É uma opção da família voltar ou não com as aulas para os seus filhos, encaminhar ou manter em casa. Lembrando que em casa terão todo suporte pedagógico, não haverá prejuízos”, garante Pasin.
Se a opção dos pais for de manter os filhos em domicílio, as instruções serão dadas também de forma remota. “Se o aluno apresentar dificuldades, terá uma aula diferenciada”, esclarece Iraci. “Temos muitas dúvidas, mas estamos prontos, com todos os protocolos de segurança”, pondera.
Bandeira vermelha: escolas fechadas
O pingue-pongue de cores deve se repetir na educação. Caso a região migre para a bandeira vermelha, as escolas fecham novamente até o retorno ao status anterior.
Cuidados para uma volta segura
As escolas apresentaram os próprios protocolos de contingência para prevenção, monitoramento e controle da transmissão da Covid-19 nas instituições, aprovados pelo Centro de Operações de Emergência em Saúde para a Educação (COE-Escola).
Com as restrições impostas pelo novo coronavírus, a partir da semana que vem o transporte escolar, refeitórios e salas de aula vão precisar se adaptar à nova realidade, utilizando apenas 50% do antes era usado. De acordo com os regramentos impostos pela prefeitura, o uso de máscara continua sendo obrigatório, nas salas de aula com distanciamento mínimo e redução de alunos são algumas das alterações. Além disso, cada espaço será higienizado diariamente e todos os alunos deverão passar pela aferição de temperatura ao ingressar na instituição.
Opiniões divididas
O diz a Amesne e Famurs?
O presidente da Associação de Municípios da Encosta Superior Nordeste (Amesne) e prefeito de Cotiporã, José Carlos Breda, reforçou que os municípios e escolas poderão decidir quando e de que forma as aulas serão retomadas e os pais/responsáveis terão a liberdade para definir a presença dos alunos nas atividades presenciais.
Já a Federação das Associações de Municípios (Famurs) manifestou, mais uma vez, que não é favorável a volta às aulas no atual cenário da Covid-19 no Estado. O presidente e prefeito de Taquari, Maneco Hassen, elenca dois motivos. “Primeiro, a pandemia permanece com números muito elevados e, segundo, porque o retorno das escolas do Estado se dará apenas dia 13 de outubro. Ou seja, os municípios têm que retornar agora com parte das escolas e o Estado só daqui a 45 dias. Na nossa opinião, isso não é justo. Deveríamos regressar ou todos ao mesmo tempo ou o Estado retorna primeiro, na medida em que tem melhores condições de organização sanitária, e depois os municípios”, enfatiza.
Escolas Fechadas, Vidas Preservadas
Com cartazes de ordem “Escolas fechadas, vidas preservadas” nas ruas da Capital, o Centro dos Professores do Rio Grande do Sul (CPERS) protocolou requerimento no Ministério Público contra reabertura de escolas. O documento argumenta que o governo gaúcho deve observar uma série de condicionantes, a fim de evitar que as instituições de ensino se transformem em focos de disseminação do coronavírus. Entre as reivindicações, constam a oferta de vacinas, testagem em massa com rastreamento de contatos, ampla disponibilização de EPI’s e materiais de higiene, entre outras.
Em nota afirmou: “O CPERS reitera sua posição: qualquer calendário de retomada apresentado no atual estágio da pandemia é precipitado e fantasioso. A experiência internacional demonstra que mesmo países bem-sucedidos no controle da pandemia, como a Coreia do Sul, registraram um salto no número de contágios após abrir escolas”.
Previsão de retomada às aulas presenciais:
- Educação Infantil Privada: 8 de setembro
- Educação Infantil Pública: 14 de setembro
- Ensino Médio e Superior: 21 de setembro
- Ensino Fundamental: 28 de outubro (anos finais) e 12 de novembro (anos iniciais)