Debate ocorreu na tarde de quinta-feira, no Vale dos Vinhedos, dentro da programação da 4ª edição da Tecnovitis
A 4ª edição da Tecnovitis – Feira de Tecnologia para a Viticultura iniciou na quarta-feira, 1° de dezembro. Dentro de uma vasta programação, que ocorreu em três dias de evento, nas dependências do Complexo Villa Michelon, no Vale dos Vinhedos, em Bento Gonçalves, está uma audiência pública, realizada na tarde de quinta-feira, 02.
O encontro foi promovido pelas frentes parlamentares nacional e estadual de defesa e valorização da produção nacional de uvas, vinhos, espumantes e derivados no congresso e pela frente parlamentar da fruticultura e vitivinicultura do Rio Grande do Sul em conjunto com a Tecnovits.
Na ocasião, os principais assuntos tratados foram sobre a tributação dos vinhos e espumantes e o preço mínimo da uva para a safra 2021/2022, que teve o reajuste de 19,09% publicado no Diário Oficial da União desta semana.
O presidente da Comissão Interestadual da Uva, Cedenir Postal, destacou que o aumento, de R$1,10 para R$1,31 é importante, mas ainda não é o ideal. “É um avanço sim, mas não cobriu os elevados custos que tivemos, mas certamente ameniza um pouco, precisávamos ter avançado um pouco mais”, aponta.
Além disso, Postal defendeu que trabalhar com a política do preço mínimo é importante para os agricultores, pois dá segurança. “A gente sabe, historicamente, que se não tivesse um preço mínimo estipulado por lei, algumas empresas nem isso cumpririam, não digo todas, a grande maioria são sérias, mas infelizmente no meio do trigo tem o joio, então algumas podem estragar a imagem da grande maioria”, analisa.
Outro problema apontado é quanto ao problema nos pagamentos. “É constrangedor ver os agricultores não terem o dinheiro para pagar os boletos dos insumos, que subiram muito. Alguns nos relatam que não receberam o pagamento da última safra e a próxima está logo ali, no próximo mês estamos por entregar a uva nas cantinas, então isso é muito preocupante”, garante.
O diretor executivo do Sindicato da Indústria do Vinho (Sindivinho), Gilberto Pedrucci, destacou a importância da atividade vitivinícola. “É fundamental para a geração de emprego e renda, também origina bom volume de impostos, não se restringindo só ao Rio Grande do Sul, mas para todo Brasil. Precisamos somar nesse todo, a cadeia de lojas, mercados, restaurantes. É muito grande o mercado do vinho”, afirma.
Além disso, Pedrucci também defendeu que as vinícolas precisam que o Conselho Fazendário faça a retirada da Substituição Tributária (ST) em todo o país. “Precisamos urgentemente que isso acabe”, frisa.
O presidente da União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra), Deunir Argenta, pontuou que mais de oito reuniões foram realizadas em Brasília para falar sobre abertura de mercado. “O governo deixou registrado em ata que todos os impostos federais que seriam arrecadados com os vinhos importados, nos últimos três anos, seriam revertidos para a cadeia nos próximos dez anos, para que a gente possa fazer todo um incentivo, isso está agendado, temos que cobrar, tão logo isso concretizar”, defende.
O prefeito de Bento Gonçalves, Diogo Siqueira, salientou que o poder público municipal está tentando melhorar a zona rural. “A cidade foi criada a partir do interior, que fez Bento Gonçalves forte, que fez a cidade diversificada na economia, então, a gente precisa desse olhar mais abrangente para o nosso interior”, destaca.
O prefeito também agradeceu aos vereadores, pelos projetos de lei que estão sendo feitos, para financiamento de maquinários e estradas. “São R$ 25 milhões para fortalecer o interior. A gente fez um projeto de lei, com ajuda da Emater desde o primeiro dia, em que a gente consegue dar 50% no incentivo das mudas para parreiras e com uvas de qualidade e, também, praticamente bancando toda terraplanagem dessas produções”, salienta.
Os mediadores do encontro foram o deputado federal, Afonso Hamm e o deputado estadual, Elton Weber. Também estiveram presentes o coordenador da Câmara da Cadeia Produtiva de Viticultura, Vinhos e Derivados, Humberto Cereser, presidente da Farsul, Gedeão Pereira, vice-presidente da Fetag, Eugênio Zanette, presidente do Consevitis, Luciano Rebelatto, presidente da Agavi, Leocir Luvison, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Flores da Cunha e Nova Pádua, Olir Schiavenin, além de representantes da Embrapa, Emater, Conab e prefeitos dos municípios da região.