Heloisa Rigo Marchetto, de 13 anos, e Heloisa Casagrande, 14, estão residindo em Porto Alegre e batalhando pelo sonho de serem jogadoras profissionais

Jogar futebol é o sonho de várias crianças, que se espelham em alguns atletas e fazem deles seus ídolos. Muitas meninas vêm se destacando nesse esporte e em tantas outras modalidades. É o caso das pinto-bandeirenses, Heloisa Rigo Marchetto, de 13 anos, e Heloisa Casagrande Ferrari, de 14, que saíram do pequeno município de pouco mais de três mil habitantes e se mudaram para a cidade grande, acompanhada das mães. O sonho? Serem jogadoras de futebol. Ambas estão atuando nas categorias de base do Grêmio, em Porto Alegre.

O início

Em outubro de 2022, as meninas participaram da Copa Dalponte, em Caxias do Sul. O coordenador da base do Grêmio, Gabriel Finger, estava na competição, viu as meninas jogarem e as chamou para fazer teste na Capital Gaúcha. Ambas o realizaram no dia 9 de janeiro e receberam a resposta da aprovação no dia 13 daquele mesmo mês.

Agora, elas residem em Porto Alegre e treinam nas segundas, quartas e quintas de tarde. Conciliam a rotina com as aulas, que ocorrem pela parte da manhã.

A Helo volante

Heloisa Casagrande Ferrari, filha de Moacir Ferrari e Viviane Casagrande, atua como volante nas categorias de base do Tricolor. Ela conta que desde pequena sempre gostou de jogar bola e, com o passar dos anos, foi se encantando cada vez mais pelo futebol. “Sempre acompanhava meu pai em seus jogos, no campo e na quadra. Com sete anos comecei a fazer escolinha de futsal com meninos lá em Pinto Bandeira. Com oito, minha psicóloga, Karina Petroli, indicou que eu procurasse o professor Norton Correa, da AAPF, que tinha uma escolinha de futsal feminina”, conta.
Foi a partir daquele dia que tudo começou a mudar. “Saía de Pinto Bandeira três vezes por semana para ir a Bento treinar. Eu me dedicava ao máximo, e o professor Norton era meu grande incentivador. Com isso, fui me destacando cada vez mais. Nesse mesmo tempo descobrimos que havia uma seletiva no Imigrante Futsal Feminino, que era um time profissional apenas para meninas. Fui fazer a seletiva e fui aprovada, daí em diante passei a frequentar os treinos com o Imigrante e treinei com eles até a metade de março deste ano”, comenta.

A Helo goleira

Heloisa Rigo Marchetto, filha de Marlene Rigo Marchetto e Daniel Vesterlund Marchetto, atua como goleira nas categorias de base gremista. A sua trajetória no esporte não iniciou tão cedo. “Comecei a gostar de futsal por volta dos dez anos, quando quis ir nos jogos com meu pai. Foi ali que decidi ser goleira, pois eu via ele jogar e me surpreendia. Pelos 11, participei de duas aulas de futsal, mas não tinha como ir. No ano seguinte, apareceu o Imigrante Futsal Feminino e me convidou para ir treinar. Fui, comecei a me dedicar, a evoluir e a participar de campeonatos”, comenta.
Apesar de sua trajetória ter sido praticamente em quadra, ela afirma que a adaptação está sendo boa. “É um pouco difícil, por conta do gol do campo ser bem maior que o de futsal. Demora um pouco mais para pegar o jeito, mas estou me adaptando bem”, frisa.

Apoio da família e
cidade nova

Ambas têm o apoio primordial de suas famílias. Enquanto as mães acompanham as gurias aos treinos e jogos em Porto Alegre, os pais permanecem em Pinto Bandeira.
Apesar disso, a experiência está sendo gratificante. “Foi uma total alegria para a minha família quando fui aprovada. Também fiquei muito feliz, pois sempre quis atuar em alguma base profissional”, considera Heloisa Marchetto. “Está sendo uma experiência incrível, é difícil explicar”, complementa Heloisa Ferrari.
Mudar de uma cidade pequena para uma grande realmente não foi fácil, mas tudo é em prol de um sonho. “Mesmo não conhecendo muito aqui em Porto Alegre, estamos nos adaptando muito bem”, frisa Heloisa Marchetto. “Eu e minha mãe estamos na capital, nos adaptando muito bem. Enquanto isso, meu pai ficou em casa para trabalhar e poder nos manter aqui”, afirma Heloisa Ferrari.

Persistência

Para quem almeja o sonho de seguir carreira no esporte, as meninas deixam seu recado. “Para as pessoas que querem se tornar um atleta profissional, falo para que, mesmo errando, nunca desista. O errar faz parte do processo de evolução, cada dia você tem que melhorar um pouco. Por isso, dê o seu melhor todos os dias. O esforço te trará novas oportunidades e uma evolução inexplicável”, afirma Heloisa Marchetto.

Se você pode sonhar, você pode fazer. É isso que permeia o dia a dia das meninas. “Eu diria que nada na vida é fácil, principalmente no esporte, onde temos que nos privar de muitas coisas para, no fim tudo, dar certo. Portanto, não desistam dos seus sonhos, por mais difícil que sejam”, considera Heloisa Ferrari.