Associação das Agroindústrias Familiares de Bento Gonçalves (Asaf-BG) é a primeira da região criada para unir este público. Uma das primeiras ações enquanto grupo, foi a participação na 17ª Fenavinho, com apoio da Emater, que gerou resultados acima das expectativas
O interior de Bento Gonçalves é conhecido pelos tons de verde e roxo que embelezam os parreirais. Contudo, há muito mais nas comunidades rurais, fator que se reflete em números. A cidade é líder em agroindústrias no Rio Grande do Sul. Já são 43 incluídas no Programa Estadual de Agroindústria Familiar (Peaf) e outras seis em processo de legalização. Objetivando unir e fortalecer essas pequenas empresas, foi criada a Associação das Agroindústrias Familiares de Bento Gonçalves (Asaf-BG).
A mais nova associação começou a ser pensada pelos integrantes da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS-Ascar) ainda em 2021. Em dezembro do mesmo ano foi realizada uma reunião, com a presença de todas as agroindústrias do município, explicando quais seriam as vantagens. Na ocasião, foi estipulado um prazo para que as famílias interessadas em participar realizassem a inscrição.
Posteriormente, alguns produtores, junto com funcionários da Emater, elaboraram um estatuto. O documento, já aprovado, foi apresentado para todos os integrantes, neste ano. Atualmente, 32 das 43 agroindústrias, das mais variadas atividades, integram a associação. Além disso, já foi definida a primeira diretoria. O proprietário da Vinícola Familiar Casa Zottis, Juliano Zottis, foi eleito presidente.
Objetivos da Asaf
O chefe do escritório da Emater, Thompson Benhur Didone, explica que o objetivo de criar uma associação para as agroindústrias da cidade é dar qualificação em todas as etapas de produção, oportunizar mercados, além de buscar recursos para fortalecer esses pequenos empreendimentos familiares.
A título de exemplo, Didone afirma que já foi elaborado um plano para nortear o trabalho deste ano. “Vamos entrar em contato com algumas instituições financeiras para que patrocinem, por exemplo, a confecção de coletes e aventais, para termos a padronização de alguns utensílios que vão ser usados por todos os integrantes da associação”, garante.
Outro objetivo é oportunizar a comercialização dos produtos elaborados. “Como é o caso da Fenavinho, com a participação das vinícolas familiares. E, já estamos vendo outras feiras para a presença da Associação, como a Expointer, a Wine South América”, exemplifica Didone.
Produtores felizes com a criação da Asaf
O primeiro presidente eleito da Asaf, Juliano Zottis, acredita que a criação de uma associação para unir as agroindústrias é uma ótima oportunidade para a divulgação dos trabalhos, em conjunto. “Além de oportunizar a compra coletiva de produtos, para melhorar preços e prazos”, aponta. Como a entidade ainda é recente, Zottis acrescenta que estão sendo planejadas as demandas de cada pequena empresa para, posteriormente, definir os objetivos mais necessários para este ano.
O proprietário e enólogo da Vinícola Buffon, Anderson Buffon, afirma que a fundação da Asaf é um passo importante para todas as famílias que integram. “O pessoal está muito otimista. São pessoas que querem se unir, contribuir para o crescimento de todos. Estou achando muito favorável. É uma oportunidade que vai ajudar todas as famílias que estão na associação”, opina.
Participação na Fenavinho foi considerada um sucesso
De acordo com Didone, a 17ª Fenavinho disponibilizou um espaço para uso da Emater, que, após uma reunião, decidiu ceder para a Asaf. “Nada mais justo do que fortalecer a Associação”, afirma.
Com a decisão, todas as agroindústrias que trabalham com vinho foram convidadas para trabalhar no estande. “Seis vinícolas ficaram interessadas. Dessas, quatro ocuparam o espaço”, explica.
O resultado dos dez dias de feira, que ocorreu entre os dias 9 e 19 de junho, foi um sucesso. “A participação foi a melhor possível. As quatro vinícolas comercializaram em torno de R$50 mil em vinhos. É um valor bem expressivo. O pessoal está muito animado”, destaca.
O chefe do escritório da Emater também elogia a união entre as agroindústrias envolvidas. “A gente percebeu que foi feito aquilo que realmente prevê uma associação, um trabalho em conjunto. Uma vinícola vendia vinhos da outra, sem problema algum. Houve uma união muito grande entre os que lá estavam expondo”, analisa.
Outro ponto destacado é quanto a visibilidade que o espaço ganhou, já que muitas autoridades visitaram o estande. “O pessoal teve oportunidade de fazer a entrega dos vinhos para o vice-presidente da república, Hamilton Mourão. Tivemos a visita do governador do estado, Ranolfo Vieira Júnior, do Secretário da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul, Domingos Velho Lopes, do nosso prefeito Diogo Siqueira. Foi um espaço bastante prestigiado”, comemora.
Por fim, Didone afirma que foi uma satisfação colaborar com as agroindústrias de Bento Gonçalves. “É um exemplo que a gente leva e queremos que seja seguido pelas demais. A associação já está pensando em participar da Expointer (que vai ser realizada entre 27 de agosto e 4 de setembro, em Esteio), estamos viabilizando isso e com certeza teremos espaço da associação das agroindústrias familiares nessa feira”, finaliza.
A participação na Fenavinho superou as expectativas de Buffon. “O público compareceu, aceitou a ideia. Nosso estande foi bem movimentado, o pessoal vinha procurar o pequeno produtor”, garante.
Buffon acrescenta que o intuito de participar foi a divulgação da marca, dar visibilidade para o que é produzido enquanto agroindústria familiar. “Foi uma ótima oportunidade estar presente nesse grande evento, poder mostrar nosso trabalho para o público em uma feira que abrange pessoas de muitas regiões de todo nosso estado e de fora também”, comemora.