Após a demarcação feita pelos agrimensores, cada família se dirigia ao respectivo lote rural. As primeiras atividades não foram o plantio, mas a limpeza do mato, a construção de habitações e a abertura de caminhos.
Chegando ao próprio lote, o imigrante precisava construir logo alguma choupana para proteger-se contra as intempéries e animais selvagens. Abriam uma clareira na mata e as primeiras casas eram construídas de bambu ou madeira bruta para as paredes laterais e cobertas de palhas, folhas ou ervas. O fogo devia arder durante toda a noite para iluminar e afugentar os animais ferozes.
A seguir, começaram a derrubar a mata e organizaram a plantação. Pouco a pouco foram conhecendo a floresta e abrindo pequenos caminhos. Depois escolhiam um local definitivo para a construção da casa, quase sempre, em leves encostas junto a vertente de água.
As moradias definitivas eram de madeira ou pedra. O local preferido para a construção das casas eram encostas suaves, para facilitar a localização do porão, indispensável para o depósito de cereais, ferramentas e a cantina para o vinho e a graspa. As tábuas de pinheiro eram serradas com uma serra manual. A cumeeira era alta para dar lugar a um sótão onde se guardava amendoim, feijão e lentilha. Também poderia servir de quarto para hóspede…
Os primeiros imigrantes não conheciam o fogão. Para cozinhar, usavam um caixote de madeira e por dentro com terra batida, o “fogoler” e havia uma cavidade onde se acendia o fogo e colocava a lenha. Para se cozinhar, em especial a famosa polenta, as panelas eram suspensas em uma corrente chamada “cadena”. A cozinha ficava separada por mede dos incêndios, pois o fogo estava continuamente aceso.
As casas tinham janelas sem vidros. Inicialmente a cobertura era de pequenas tábuas de pinheiro denominadas de “scandole”. Posteriormente passaram a utilizar o Zinco e as telhas de barro cozido. Próximo a casa, ficava o forno. Um pouco além, ficavam as construções destinadas a abrigar os animais.
Os capitéis construídos al longo das estradas testemunhavam a religiosidade dos imigrantes. Às vezes, eram construídos para agradecer uma graça recebida ou dedicados aos Santos de sua devoção.
Os imigrantes italianos trouxeram ao novo mundo a fé, que particularmente, lhe foi um grande sustentáculo para enfrentar a nova vida. Em cada núcleo colonial, a sociedade Igreja ocupava papel de destaque e a construção de capitéis e capelas mobilizava a todos por meio da doação de material e trabalho voluntário.
Battistel (1991, pág.38) lembra que “O MAIOR DOCUMENTO DA RELIGIOSIDADE E FÉ DOS IMIGRANTES ITALIANOS SÃO AS CAPELAS. Além de expressarem a fé, atestam sempre o início de comunidades. Os imigrantes as se instalarem em suas terras, imediatamente providenciavam um lugar para rezar em comum. No início rezavam o terço debaixo da sombra de árvores, com o quadro do santo de sua devoção”.