Dez dias após a ocorrência de uma pane no motor do avião presidencial durante o retorno do México, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, nesta sexta-feira, 11, a intenção de adquirir novos aviões para atender à Presidência e aos ministros do governo. A declaração foi feita em entrevista à rádio O Povo, em Fortaleza, onde Lula comentou sobre as horas de tensão vividas ao lado de sua comitiva.
O presidente afirmou que a recente experiência serviu como um alerta. “Desse problema, tiramos uma lição: vamos comprar não apenas um avião, mas alguns aviões. O Brasil é um país grande, com 8,5 milhões de quilômetros quadrados, 350 mil quilômetros de florestas tropicais e oito mil quilômetros de fronteira marítima. Precisamos nos preparar. Não dá para ser pego de surpresa”, defende.
Lula destacou que a aquisição de novas aeronaves não é uma questão pessoal, mas sim uma necessidade institucional. “Avião para o presidente da República não é para o Lula, para o Fernando Henrique Cardoso ou para o Bolsonaro. É avião para a instituição Presidência da República. Quem quer que seja eleito”, acrescenta.
Atualmente, o avião utilizado pela Presidência, conhecido como Aerolula, foi adquirido em 2004 durante o primeiro mandato de Lula, por cerca de 57 milhões de dólares. O modelo, embora tenha sido escolhido por atender às necessidades de segurança e custo na época, apresenta limitações, como a necessidade de escalas para voos diretos à Europa ou Estados Unidos, devido à sua menor autonomia e capacidade de 45 lugares.
Lula admitiu que, na ocasião, foi “comedido” na escolha do modelo, mas enfatizou que a Presidência da República merece respeito. “Aos 79 anos, superei isso. Uma Presidência da República tem que ser respeitada. O Brasil é muito grande e um presidente da República não precisa correr risco”, afirma.
Além do novo avião presidencial, o presidente também solicitou ao Ministério da Defesa que apresente opções para a compra de aviões adicionais para uso dos ministros. A proposta visa garantir que a gestão pública tenha recursos adequados para suas demandas, refletindo a importância de uma infraestrutura segura e eficiente para o governo.