Os anos 80 foram muitos marcantes pela explosão de cores e diversidade musical. As marchinhas não saíram de moda, mas os sambas enredo das escolas do Rio de Janeiro chegaram para ficar. Os foliões se preparavam com fantasias e os blocos continuaram fazendo parte da história do Carnaval dos clubes de Bento. A advogada, Beatriz Maria Luchese Peruffo, 49 diz que foi uma foliã de carteirinha. “Sempre adorei brincar o Carnaval e incentivei minhas filhas a participarem dos bailes infantis”, ressalta. Beatriz conta que conheceu o namorado e atual esposo, Doady Peruffo, em 1983. “Casamos em 1986 e sempre fomos para o Carnaval, em especial no Clube Aliança”, relata.
Quando ela começou a namorar tinha 17 anos e foi nessa fase que os pais a deixaram ir para o baile. “Eu tinha namorado e então meu pai deixou que fossemos pular juntos”, conta. Ela lembra que iam sempre fantasiados, mas não existia lojas com roupas prontas. “Precisávamos mandar fazer em costureiras ou reunir o que tinha em casa”, relembra. Os blocos seguiam tendo força nos clubes, muitas vezes sendo o grande destaque da festa. “O Ipiranga tinha um bloco maravilhoso, a baterias realmente arrepiava quem ouvia”, ressalta.
A advogada lembra que uma das partes mais divertidas da festa era escolher a fantasia. “Em um ano fui de Chapeuzinho Vermelho e o Doady de Caçador. Outro ano fomos fantasiados de Bons de Cama, quando eu fui de camisola, chambre e rolo no cabelo, e ele de pijama”, se diverte Beatriz. Ainda teve fantasia de Cleópatra e Sultão. Ela reforça que nos anos 80 havia mais mesas para os carnavalescos sentarem, não tinha gente espremida e a intenção era realmente brincar o Carnaval.
Depois Beatriz voltou aos clubes para levar as filhas Gabriela e Débora para as matinês, hoje com 24 e 12 anos. “Elas foram rainhas do Carnaval Infantil do Aliança em 1998 e 2012”, conta orgulhosa. Ela diz que sente saudades das festas de Carnaval e gostaria que houvesse uma festa no mesmo formato dos anos 80.
Folia saudável e fantasias
A bancária Cláudia Foppa, 51, também ia para clubes da década de 80. Ela diz que a maior parte dos foliões usavam fantasias. “Quem não estava em bloco ou com fantasias, usava uma roupa mais leve e esportiva. Muita gente optava pelo tênis que era mais confortável para pular toda a noite”, acrescenta.
Cláudia diz que não sentia insegurança nas festas. “Era tudo tranquilo, não tínhamos medo que pudesse haver violência ou coisa parecida”, reflete. Ela recorda que ia uma noite em cada clube de Bento. “Era uma maratona”. A bancária conta que as músicas mais tocadas eram as marchinhas e os sambas das escolas do Rio e as músicas dos blocos locais. “Era folia e brincadeira, mas claro sempre havia quem terminava o Carnaval namorando sério”, conta. Cláudia diz que sempre se divertiu nos bailes de Carnaval.