Absolutamente consciente que estou ocupando o lugar do meu excelentíssimo boss, o Seu Caprara, e que será a primeira e última vez. Garanto que não é nada pessoal. Na próxima semana, fiquem com as peripécias do menino “Riquinho”, lá do BarracãoCity. Mas agora, vamos às minhas prognoses.

Ao contrário dos últimos anos, o final de 2021 não teve nenhuma desculpa da minha parte em relação à falta de tempo ou a correria da época. Não achei que tivesse passado rápido demais, senti o clima do Natal – depois de muito tempo, não estava tão esgotada assim de trabalho – mas quem sou eu para falar disso – e não puxava assunto com ninguém mesmo. E não foi por não ter uma boa desculpa intempérica ou uma queixa clichê da vida, isso tudo com certeza não faltou. Acho que foi só por preguiça mesmo, inclusive furei alguns encontros de final de ano – esses, que dariam muito pano pra manga na minha coluna.

Ano passado escrevi pra todo mundo ler que eu não colocava metas e que não me importava com o início dos anos e toda a cerimônia que se faz com agradecimentos para o passado e desejos para o futuro. Neste ano, mesmo em fase de negação, está sendo, digamos que, o oposto (loading…). Eu sei que não posso comprar um planner ou uma lousa para isso – mas confesso que foi a primeira coisa que eu pensei, porque seria jogar dinheiro fora. Mas sim, estou pensando seriamente em levar as metas à sério e quem sabe, não pedi-la em casamento num futuro próximo.

Não tive muito tempo para pensar, mas isso não me impediu de achar importante para ver se eu saio do lugar, ou pelo menos, paro de cair até o fundo. Então, mesmo que isso não tenha acontecido entre o dia 25 e 1°, está acontecendo agora. Afinal, como já comentei outrora, “a mudança não sabe que horas são, ou em que ano estamos”.

Apesar de não colocar muita fé em mim mesma, estou me esforçando para manter a base de algumas mudanças. Problemas estão sendo resolvidos como tem que ser, sem enrolação (alguns) e com muita dificuldade. Não deixei de começar algo por não ser segunda-feira – crianças isso é muito importante! E também, não adianta colocar como meta parar de beber, porque isso é inalcançável – pelo menos este ano, já tá muito em cima. Então vamos subir um degrau por vez, descer algum quando necessário – para um ansioso crônico não rolar escada abaixo já tá é bom demais.

Ano passado entrei de cabeça, mas só com duas partes do cérebro. A parte fria e a parte trouxa, tal qual uma usuária iniciante de antidepressivo. Estou animada, porque se for parar pra pensar, ano passado eu só disse, nesse ano eu vou fazer! Mas se for ver bem, esse ano eu estou dizendo também, nas entrelinhas… E se for ver melhor ainda, é um porre ficar desejando coisas e esperando que o ano traga, que o ano seja, que o ano não sei o que, ano que vem eu vou ser, ano que vem eu vou fazer. Não conte seus planos, como vou ficar quieta? Ano não traz nem busca nada, é um infeliz bode espiatório para o destino. E nada vai acontecer se você não agir, e pra isso, porque tu tá esperando um ano novo? Ele só vem uma vez por ano, poxa! Então, tecnicamente, o seu futuro só depende de você. Seria engraçado se não fosse trágico.

Ano passado eu pedi para não morrer, porque achava que os convidados já estariam até de luto. Visto os fatos e os pedidos, esse ano não diria o mesmo que Belchior, que “ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro”, pois percebi que um tiro de raspão dói bem menos que a facada que se leva pelas costas. Tipo “aquela dor que não mata, mas também não cura”. Então, se eu tivesse que pedir alguma coisa seria: deixa que morra. Deixa que se vá aquilo que não serviu, para dar lugar a melhores.

Não vou prometer nada, mas pode ter certeza de uma coisa: pode ser que eu mude de ideia.