A iniciativa sustentável levará alimentos frescos e aprendizado para crianças da EMEF Ilza Molina Martins e suas famílias
O projeto “Florescer do Conhecimento”, concebido e executado pelos alunos do curso de Processos Gerenciais, do quinto semestre, do Instituto Federal Campus Farroupilha, emerge como um farol de esperança e sustentabilidade, materializado na implantação de uma horta comunitária.

Silvana Cunha, gestora do projeto, explica que a gênese da horta, denominado Ressignificar-2025, reside na percepção da existência de espaços ociosos dentro do tecido urbano, passíveis de serem revitalizados em prol do bem-estar coletivo. A horta comunitária proposta não se limita ao cultivo de hortaliças, frutas e ervas para chá; ela se configura como um catalisador para aprimorar a relação da comunidade com o seu entorno, injetando vitalidade e beleza em um ambiente que clama por atenção. Ademais, a iniciativa carrega consigo a missão de fomentar a conscientização acerca dos benefícios intrínsecos a uma alimentação saudável, cultivada de forma orgânica e sustentável. “A gente tentou que ele fosse realizado em uma área pública da cidade, mas como não tínhamos muito tempo para viabilizar, acabamos escolhendo a viabilização via uma escola do município”, afirma Silvana. Ela explica ainda que todas as etapas do projeto, desde a preparação do solo até o plantio das primeiras sementes e a instalação de um sistema de irrigação eficiente, todas conduzidas pelos alunos do Instituto Federal. A comunidade local, peça fundamental nessa engrenagem, terá a responsabilidade, após a entrega da horta em pleno funcionamento, de zelar por sua manutenção e colher os frutos deste esforço conjunto.

Silvana explica ainda que a técnica e o conhecimento prático que embasaram o cultivo serão proporcionados por um produtor de hortaliças da região, juntamente com a supervisão de um engenheiro-agrônomo da Emater, que assegurará que as técnicas empregadas estejam em consonância com as melhores práticas agrícolas, abrangendo desde a escolha criteriosa do local de plantio e do substrato adequado até a seleção das espécies hortícolas mais apropriadas para a região e a época. Os cuidados com o preparo do solo, a fertilização orgânica e mineral natural, bem como os tratos culturais essenciais durante o ciclo de cultivo e a colheita, serão transmitidos de forma didática e acessível, para que a comunidade possa continuar cuidando da horta.

A concretização desta visão será pautada por etapas bem definidas. Silvana explica que, inicialmente, a elaboração e a execução do projeto, incluindo o preparo do solo, o plantio e a instalação do sistema de irrigação, ficarão integralmente a cargo dos alunos do Instituto Federal, que se comprometem a entregar uma horta pronta e produtiva. A comunidade escolhida para o desenvolvimento do projeto foi a do Bairro Monte Pasqual, na escola EMEF Ilza Molina Martins. “Toda a produção da horta vai atender a alimentação das crianças na escola e o excedente será entregue para os alunos que vivem em situação irregular deste bairro”, explica Silvana.
Os recursos materiais indispensáveis para o desenvolvimento da horta, como insumos e utensílios, serão obtidos por meio de um esforço conjunto de doações e parcerias com empresas privadas da região. A disseminação do conhecimento sobre as práticas de cultivo será realizada por meio de palestras informativas, direcionadas tanto aos alunos do Instituto Federal quanto aos moradores da comunidade contemplada.

No que tange à irrigação, um sistema de cisternas, um projeto já consolidado pelo Instituto Federal sob a supervisão de um docente coordenador, será implementado para garantir o suprimento hídrico necessário ao desenvolvimento saudável da horta. A expectativa é que esta iniciativa pioneira sirva de modelo e inspire outras transformações positivas em Bento Gonçalves e em toda a região da Serra Gaúcha.
Expectativas do grupo

Tânia Craco, professora e coordenadora do projeto integrador, explica que a iniciativa envolve uma ruptura do modelo tradicional de ensino, deixando de aplicar de forma isolada e departamentalizada os conhecimentos, visando conectar várias disciplinas do curso como: administração mercadológica, gestão financeira, gestão da qualidade e sustentabilidade, relações humanas e comportamento organizacional. “Estimulando o discente a entrar em contato com situações problemas e buscar soluções que favorecem uma visão crítica sobre a sociedade e que contribuam para p desenvolvimento de inúmeras habilidades comportamentais e reflexivas que irão contribuir de forma mais ampla na sua atuação profissional. A educação deve promover uma construção de uma sociedade mais justa, inclusiva e equilibrada tanto socialmente como ambientalmente. E proporcionar o despertar da consciência de uma responsabilidade social em nossos discentes. Atuando em formar futuros gestores, preocupadas não somente com questões de mercado, mas também em serem cidadãos ativos e engajados, com plena capacidade de conviver e atuar de forma ética, justa e igualitária”, afirma.

Em sua fala final, Silvana reforça a importância do projeto: “O desenvolvimento da horta comunitária tem sido uma experiência significativa para todos os envolvidos. A iniciativa reforça valores como sustentabilidade, cooperação e responsabilidade social, ao mesmo tempo em que contribui para a produção de alimentos saudáveis e o fortalecimento da comunidade local”, afirma.
Jhenifer Finger, gestora financeira do projeto, explica que a parte monetária do empreendimento tem sido desafiadora, mas também muito gratificante. “Criamos uma planilha de controle de receitas e despesas, sempre priorizando a transparência e a prestação de contas para todos os envolvidos. É uma grande responsabilidade, mas também uma oportunidade valiosa de aprendizado sobre gestão e esforço coletivo. Cada contribuição, por menor que seja, faz toda a diferença para o sucesso do nosso projeto”, afirma.

Joceline Silva, também coordenadora do projeto, expressa profunda gratidão pela oportunidade e pelo projeto. “Participar deste projeto Social está sendo um desafio, ao mesmo tempo que é uma grande oportunidade de adquirir e repassar conhecimento, sem dúvidas é um motivo de muito orgulho, pois fazer a diferença na vida das pessoas, por menor que seja é muito importante, aquece o coração de quem recebe e também de quem se doa”, afirma.