Para superar a crise causada pela pandemia, muitas pessoas precisaram se reinventar e criar opções novas de ganhar dinheiro, a fim de manter um negócio que já existia anteriormente, ou criando uma renda para se manter.
A publicitária Edilaine Bergonsi, enquanto trabalhava em uma agência de publicidade, começou a usar a costura como uma fonte de renda extra. Após sair do emprego, no início da pandemia, passou a utilizar o ofício como principal ganho. “Vieram vários receios, pois quando você trabalha para si, não sabe o dia de amanhã e como vão ser os pedidos. A questão da costura, roupa e moda não são itens de necessidade básica”, explica.
Buscando uma solução para os problemas atuais das pessoas, a costureira decidiu produzir algo útil em seu novo atelier de costura, que fica na sua própria residência. “Tentei fazer com que as pessoas me enxergassem de uma forma diferente. Quanto à produção de máscaras, nos primeiros dois meses, foi a renda principal. Trabalhei bastante. Da necessidade veio a oportunidade”, afirma Edilaine.
Para Júlia Serafini, proprietária de uma loja de roupas no centro da cidade, a dificuldade também está sendo grande para manter o negócio. A alternativa foi tentar realizar as vendas pela internet. “Estamos vivendo em um momento delicado, onde não é possível receber clientes em loja. Com isso, tivemos que nos reinventar e nos adaptar a outras formas de atendimento”, diz.
Os consumidores, entretanto, ainda não estão totalmente adaptados com a nova forma de venda, o que os impede de comprar devido às limitações que o comércio está tendo em abrir. “O cliente ainda tem receio da compra online e com o atendimento a domicílio. A grande maioria prefere vir e provar em loja”, alega Júlia.
Mudanças repentinas, atidudes imediatas
O restaurante da família de Carla Pedroso teve que mudar a estratégia de vendas quando tudo fechou, em março. Anteriormente, não havia tele entrega no estabelecimento, o que provocou uma mudança imediata. “Tínhamos a intenção de colocar o delivery, mas queríamos primeiro entender como era esse ramo. Só que não pudemos esperar mais para aprender, colocar as coisas em ordem. A pandemia nos fez agir de maneira muito rápida, impulsiva”, conta.
Além do sustento familiar, que é de responsabilidade do marido, Carla recentemente perdeu o emprego pelo qual amparava a mãe. Ao ver as duas fontes de renda reduzindo, não teve outra opção além de criar novas formas de prover o essencial para os entes queridos. “Percebi que seria necessário criar algo novo quando começou a faltar dinheiro para as contas e até despesas básicas. Tivemos que tirar algo bom disso tudo, ver oportunidades nos obstáculos”, relata.
A desempregada tornou-se autônoma quando criou um atelier, onde trabalha com a mãe. “Como eu já tinha comprado algumas máquinas e estava fazendo coisas de artesanato, pensei que teríamos que achar algo que ligasse nós à pandemia para trazer retorno financeiro. Precisava comprar um pijama para mim e um para ela, então tive a ideia de fazer pijamas”, lembra.
O segredo de conseguir criar algo novo mesmo em meio a situações complicadas, como a que se tem vivido diante do coronavírus, segundo Carla “é ter força de vontade, acreditar e melhorar, tirar da situação ruim o que há de bom. ”, conclui.
Vendas online para pós pandemia
De acordo com a sócia de uma agência que presta assessoria de comunicação para empresas da região, Bruna Maria de Moura, as vendas digitais são uma opção interessante, mesmo fora dos tempos de pandemia. “Essas plataformas online são um aditivo que impulsionam vendas. Precisamos pensar na praticidade e experiência de compra do consumidor, porque o mundo anda em extrema velocidade e nem sempre as pessoas têm tempo sobrando”, explica.
Além disso, Bruna afirma que é interessante buscar um profissional que entenda sobre e-commerce para criar um site, por exemplo. “Não podemos esquecer que a imagem e comunicação de um negócio precisa ter clareza e funcionalidade para dar certo”, assegura.
Fotos: Arquivo pessoal