Sempre me diverti brincando com as palavras, em especial com os seus fonemas (sons), significados dúbios e rimas. Talvez, se pudessem, as palavras até reclamariam da forma com que o fiz, mas jamais ousei brincar com a palavra que considero a mais séria e mais completa do dicionário: a PAZ.
A PAZ é a harmonia entre todas as formas de pensamento, é a ponte que faz invisível as fronteiras de um mundo retalhado e por nós transformado imperfeito, é o idioma da convivência universal, falado em muitas línguas, mas não necessariamente conjugado da maneira correta.
Se me perguntassem qual o maior assalto ao qual o ser humano está sujeito, responderia de pronto: o roubo de sua PAZ! Não há maior valor que isso!
A PAZ é a luz nas trevas, é o pão sobre a mesa da fome, é a saúde na doença acamada, é o remédio na dor que não passa, é o abraço amigo nos dias de silêncio regado a lágrimas de saudade, é a acessibilidade para o cadeirante, é o sorriso desconhecido naquele final de tarde fatigante… A PAZ não se esgota num único conceito, porquanto cada um a encontra, vivencia e compartilha de seu jeito.
Na sua essência, a PAZ é simples, vejamos o exemplo das crianças ao se reconciliarem. Se a PAZ for complexa, é porque, por outro lado, a guerra é fácil.
A propósito, se for por isso, mais uma vez os marcianos não farão contato, pois, para variar, estamos em guerra, assim já cantava Elis Regina nos idos de 1980.
E não bastasse uma, atualmente, são duas guerras declaradas envolvendo grandes potências. Entretanto, e infelizmente, não para por aí, pois, segundo dados do Programa de Dados de Conflitos da Universidade de Uppsala (UCDP), na Suécia, e pela ONU, há 28 conflitos em andamento neste ano, enquanto em 2022, foram registrados 55 conflitos em 38 países, 08 destes conflitos são consideradas guerras, pois houveram mais de 1.000 mortes no ano.
Grandes potências ou não, TODAS VIDAS INOCENTES IMPORTAM, que o digam as mães que choram seus filhos no Haiti, Congo, Iêmen, Síria, embora pouco ou sequer ouvimos falar de tais conflitos. A grande mídia os enterra no cemitério da indiferença, ao som do silêncio indigente do interesse ou desinteresse do círculo do poder de um mundo cruel e incrivelmente desumano.
É de se questionar: por onde andará a pomba da PAZ por aqueles lados?
Talvez a PAZ esteja aprisionada pelos senhores da guerra ou desconfiada em razão de tantos planos que já usaram ou ainda usarão indevidamente assinando seu nome…
Deste lado do oceano e sem falsa demagogia, não há como silenciar pelos gritos dos inocentes que tombam quando bandeiras se levantam contra si. Contudo, cuidemos com o dito e tom de voz, pois mais vale uma pombinha da PAZ nas mãos do que uma águia careca vinda do alto dos trópicos a nos bicar.
Até porque, já nos basta as guerras não declaradas por estas bandas…e o Rio de Janeiro continua lindo…será???
Vamos em frente!