Os aviários colocaram no mercado o “galeto al primo canto”. Fácil de criar em larga escala, o “pintão” foi comercializado ainda jovem para livrar espaço nos aviários e foi muito bom. Carne tenra para os consumidores e dinheiro mais rápido no bolso dos criadores. O galeto dominou o mercado de aves.
O novo produto não tirou o espaço dos galináceos. Os apreciadores de carne de aves são fiéis ao frango assado do SEGATTO que continua com filas de compradores. Máquinas de assar proliferam nas cidades e o espeto corrido continua sendo servindo com frango.
Alguns restaurantes se especializaram no galeto, principalmente em São Paulo e no Paraná. O MADALOZZO em Curitiba ganhou fama em todo o Brasil pela qualidade e diversidade dos produtos.
Em Bento o CANTA MARIA e o DI PAOLO também alcançaram sucesso e hoje são referência nacional.
Para quem não sabe, o tal de “al primo canto” é o momento do abate da ave. Logo que o galeto espicha a cabeça para dar seu primeiro cocoricó, “zap”, passam-lhe a faca no pescoço.
Coisa muito parecida acontece na política só que o “zap” não é feito com o intuito de entregar um bom produto para a sociedade, como o galeto, mas sim de tirar do caminho alguém que vai dar um novo recado. Coisa de galo velho que quer manter seu terreiro.
Matreiros políticos, aqueles viciados no ramo e que mantém o poder a custo de leis que eles mesmo fazem, tomaram precauções para que a degola possa acontecer com qualquer cidadão que tente colocar a cabeça para fora e dar seu primeiro “cocoricó”.
Leis eleitorais dificultam a democracia justamente porque os que sempre estiveram pendurados na árvore da República, macacos velhos da política, sujaram os galhos de forma que nem um lava jato consegue limpar. E eles querem continuar dependurados.
Fizeram gato e sapato da coisa pública e agora, se aparecer um frango novo no galinheiro, tratam de cortar a cabeça logo “al primo canto”. Qualquer pretexto é motivo para decapitação.
A vantagem do novato: tem pernas ágeis para escapar e chegar na frente. Estes novatos tem ficha limpa e vergonha na cara.