Entidade busca oferecer a melhor formação possível aos alunos e está de portas abertas para receber quem deseja ver os pontos mais bonitos de Bento das alturas
O Aeroclube de Bento Gonçalves já tem mais de 75 anos de história, e trabalha na formação e entretenimento dos pilotos. Além dos tradicionais cursos de piloto privado de avião e planador, agora também está disponível a formação para piloto comercial. Como uma entidade sem fins lucrativos, o objetivo é de ensinar os alunos.
Segundo o presidente e instrutor de voo, Alexandre Pereira, o aeroclube conta, atualmente, com 30 alunos. “Temos a homologação de cursos para formar pilotos de linha aérea, planador e instrutor de voo”, explica.
Em mais de sete décadas de existência, a entidade busca evoluir para oferecer a melhor formação possível aos alunos. “Ano passado a gente tinha comprado um avião que era para homologar o curso de piloto comercial, e no final de 2021, a gente comprou mais um. É o avião que mais forma gente, muito fácil de se aprender a voar. Fizemos a aquisição para facilitar em função das nossas condições climáticas, um pouco adversas das demais e vários aviões têm restrição”, relata.
A última aquisição foi de um simulador. “Ele também faz parte do cronograma de curso de piloto comercial, que ali tu aprendes todas as suas noções iniciais, toda parte de voo por instrumento em dias de chuva, dentro de nuvem, além procedimento para chegar em aeroportos, como no Salgado Filho. Esse é um equipamento mandatório que a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) pede que as escolas tenham”, salienta.
Além de ser um instrumento necessário para o curso, o simulador também foi adquirido com o objetivo de aprimorar o ensino e levar o nome do aeroclube para o restante do país. “A gente recebe gente de tudo que é lugar do Brasil. Como a formação pioneira sempre foi no Rio Grande do Sul, existe muito interesse do pessoal lá de cima vir se formar aqui”, realça.
No local, oito pessoas fazem parte da formação de novos pilotos, entre instrutores e professores de parte teórica. “A primeira fase do curso começa na teoria, a gente ministra aulas mais ou menos a cada quatro meses. São três turmas, em média, por ano. A pessoa vem aqui, a gente explica para ela o que vai ter que estudar, tem as aulas durante a noite de segunda a sexta, das 19h30min às 22h e o aluno tem que estudar cinco matérias: meteorologia, regulamento de tráfego aéreo, navegação, teoria de voo e motores”, esclarece.
Após aprovado, o futuro piloto realiza uma avaliação na Anac. “Na parte prática, o aluno tem que voar no mínimo 35 horas para ver se ele está apto para obter a carteira de licença. A média geral do aeroclube que os alunos se formam é de 40 a 45 horas”, conta.
Além disso, é preciso checar como está a saúde para pilotar um avião. “Antes de começar a parte prática tem que fazer uma série de exames, obter Certificado Médico Aeronáutico, de visão, audição, pulmão, cabeça, olhos, diabetes, colesterol, fígado, enfim, dar um check up geral no corpo para ver se não tem uma anormalidade que te impeça de voar”, destaca.
Depois do curso de piloto privado, tem a formação de comercial com mais 110 horas de exigência. “Então o aluno escolhe o que quer fazer. Ele pode voar em avião particular, ser instrutor de voo ou trabalhar em linha aérea, mas totalizando 150 horas é pouco para isso e não tem oportunidade. Geralmente o pessoal acaba virando instrutor paras acumular horas de voo e depois prestar seleção em alguma linha”, menciona.
O valor da formação de um piloto na parte teórica é de R$ 2 mil, e a parte prática depende do avião que se vai voar. “A média de uma hora de voo é em torno de R$ 500. Se fizer vezes 40 horas vai dar R$ 20 mil, mais ou menos, isso é para ter a primeira licença de piloto privado”, afirma.
Para cumprir as 110 horas da exigência para piloto comercial, gasta-se, em média, R$ 55 mil. “Para instrutor fica entre R$ 16 mil e R$ 17 mil. No total, para ter formação para a linha aérea, o piloto gasta uns R$ 120 mil. Não é escolha de uma profissão barata, o interessante é que se tenha todo dinheiro e fazer tudo isso em seis ou sete meses. Mas essa não é a realidade de todo mundo, as pessoas costumam demorar de dois a três anos por não ter todo o dinheiro”, esclarece.
Além das aulas
Não são apenas os cursos que têm destaque no Aeroclube de Bento Gonçalves. Quem deseja ter uma experiência diferenciada também pode procurar o local. “Sempre estamos de portas abertas para receber todo mundo, temos avião para fazer voo panorâmico, para passear em cima do Vale dos Vinhedos ou Rio das Antas. Tem gente que nem sabe que temos aeroporto em Bento”, destaca.
Pista e situação do aeródromo
O asfaltamento do aeródromo foi resultado da colaboração do poder público. A prefeitura afirma que está atendendo as demandas solicitadas na última vistoria da Anac para aprovação. “Após a homologação do aeródromo, estaremos projetando o balizamento noturno para a pista. Ela está em ótimas condições, e realizamos corriqueiramente sua manutenção”, garante o secretário de Governo, Henrique Nuncio.
Além disso, também há a previsão de construção de um terminal de passageiros. “Ele possui recursos garantidos através de emenda parlamentar e recursos do município. A obra está licitada aguardando a contratualização da mesma”, realça.