Vitória foi confirmada às 18h06min (Brasília), com 98.7% das urnas apuradas
A maior cidade da Serra Gaúcha continuará sendo governada por Adiló Didomenico (PSDB), pelos próximos quatro anos. O atual prefeito seguirá no Poder Executivo em Caxias do Sul, agora, exercendo o mandato válido entre 2025 e 2028.
Uma das principais novidades para o novo mandato, é a substituição de Paula Ioris (PSDB) por Néspolo (União Brasil) no cargo de vice-prefeito. A troca foi motivada pelo objetivo de formar uma chapa com mais de um partido.
Em uma disputa acirrada, Didomenico derrotou o vereador Maurício Scalco (PL), somando 116.730 votos, 51.38% do eleitorado. Já Scalco, fez 110.476 votos, 48.62%. Nulos, brancos e abstenções totalizaram 119.978 eleitores, cerca de 34.5% dos que estavam aptos a votar.
Natural de Marau (RS), Adiló Didomenico tem 72 anos, e vive em Caxias do Sul desde os 17. É formado em Economia pela Universidade de Caxias do Sul (UCS), e possui pós-graduação em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Em 1988, coordenou a campanha do prefeito eleito em Caxias Mansueto Filho (PFL), o qual considera a sua maior inspiração na política. Em 1989, filiou-se ao PTB (atual PRD), sendo um dos pioneiros do partido na cidade. Ao longo de sua carreira política, foi presidente da Codeca (Companhia de Desenvolvimento de Caxias do Sul), secretário de obras e serviços; e vereador. Em 2020, visando a disputa das eleições para a prefeitura, deixou o PTB, após 31 anos, e filiou-se ao PSDB. Neste mesmo ano, foi eleito prefeito, derrotando Pepe Vargas (PT) na disputa. Agora, em 2024, se reelege para mais um mandato em Caxias do Sul.
Didomenico venceu a eleição representado pela “Federação PSDB / CIDADANIA”, junto da coligação “Juntos por Caxias. Juntos no Rumo Certo” (PSDB, CIDADANIA, PRD, REPUBLICANOS, União Brasil e DC). É o primeiro prefeito reeleito em Caxias do Sul desde José Ivo Sartori (MDB), que conquistou tal feito nas eleições de 2008.
Projeções do candidato para os próximos quatro anos
Em entrevista concedida ao Jornal Semanário, às vésperas da eleição do segundo turno, o então candidato destacou a importância em dar continuidade aos avanços conquistados durante sua gestão. Ele enfatizou os desafios enfrentados, como a crise fiscal, com um orçamento inicial devedor de R$ 230 milhões, o caso Magnabosco, os impactos da pandemia, e eventos climáticos severos, incluindo as quatro maiores enchentes da história do município. Apesar disso, afirmou ter reorganizado as finanças, reduzido impostos e implementado melhorias em infraestrutura. Apontou projetos em andamento, como o programa Cidade Resiliente e o desenvolvimento do aeroporto, argumentando que sua experiência é essencial para evitar retrocessos na cidade.
Fala na íntegra:
Situação com o Legislativo e a oposição
A distribuição partidária na Câmara Municipal de Vereadores de Caxias do Sul, para os próximos quatro anos, ficou bastante dividida.
Oito dos 23 vereadores eleitos, 34.8%, são de partidos que estiveram coligados com a campanha de Maurício Scalco, estes, atuarão como oposição ao Poder Executivo. Sete parlamentares, 30.4%, apoiaram a candidatura de Denise Pessôa (PT), o Partido dos Trabalhadores, mesmo sinalizando preferencia a Adiló contra Scalco, afirmou que seguirá atuando como oposição ao prefeito reeleito. Com base nestes números e declarações, Adiló Didomenico deve enfrentar uma Câmara formada majoritariamente por opositores, 65.2%.
Confira um trecho da nota emitida pelo PT de Caxias do Sul antes do segundo turno da eleição:
“Seja qual for o resultado do segundo turno estaremos na oposição ao governo que for eleito. Nosso papel será o de fiscalizar o governo eleito, exigir o atendimento das justas demandas da população, defender o patrimônio público e serviços públicos de qualidade.
Nossas críticas ao governo Adiló estão mantidas e não precisamos repeti-las
Por outro lado, as forças que apoiam Scalco representam a extrema direita que apoiou a tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2023, que prega o ódio na politica e o ataque às organizações democráticas da sociedade civil, com posições claramente antidemocráticas.
Por isso, o PT conclama aos seus apoiadores a derrotarem a extrema direita neste segundo turno, votando 45.“
Apenas cinco edis eleitos são de partidos coligados com a candidatura reeleita, e apenas um deles esteve em conjunto com a chapa de Felipe Gremelmaier (MDB), que posteriormente declarou apoio a Adiló Didomenico no segundo turno. Sinalizando que, o prefeito reeleito, deve ter uma base aliada composta por 26.1% do parlamento.”
Dois vereadores eleitos, 8.7%, são do PSB, partido que não esteve coligado com nenhuma candidatura.
IMAGEM DA CAPA: ASCOM Adiló Didomenico / divulgação