Na última semana, Rio Grande do Sul teve novo aumento de R$ 0,16, chegando a uma média de R$ 6,16 na comum. Esse é o oitavo aumento no ano
O preço da gasolina sobe mês a mês, muitas vezes duas vezes em 30 dias, e teve nova elevação na última semana no Rio Grande do Sul. O aumento foi de R$ 0,16 centavos, passando para uma média de R$ 6,16 na comum. A Petrobras afirma que tem repassado os reajustes para alinhar os preços do combustível no Brasil com o preço internacional. Na refinaria, o último aumento foi de 6,3%. Com isso, o valor da gasolina já acumula alta de 43%.
O primeiro ajuste de 2021 ocorreu em 19 de janeiro, com um aumento de 7,6%. Oito dias depois, o preço subiu novamente, 10 centavos por litro. No dia 5 de julho, a Petrobras divulgou mais um reajuste dos combustíveis, o oitavo desde o mês de janeiro.
Conforme o economista Pedro Henrique Campetti, a justificativa do crescimento é dada pela própria Petrobras por meio de política de composição de preços para as distribuidoras. “Ocorre que o petróleo – e alguns dos seus derivados como a gasolina – é o que chamamos de commodity, quer dizer, uma mercadoria comercializada internacionalmente. Seu preço, portanto, é dado no mercado internacional por meio da oferta e da demanda do produto. Por exemplo, em março e abril de 2020, o preço do barril do petróleo caiu drasticamente num curto período, ficando em 22 a 25 dólares o barril em razão da queda abrupta da demanda quando o mundo ‘parou’ devido ao coronavírus. Posteriormente, voltou a subir. Em dezembro, estava na casa dos 52 dólares. Agora está em 75 o barril, o que equivale a um aumento de 44% em dólares”, esclarece.
Ele acrescenta, ainda, que o preço do barril comercializado internacionalmente e a cotação do dólar, porém, refletem o montante dos derivados de petróleo no Brasil. “Importa salientar que o valor alto da gasolina no país é devido, em muito, aos tributos, que correspondem a quase metade do pago pelo consumidor”, destaca.
Segundo dados do Global Petrol Prices, em janeiro deste ano, o preço médio ao consumidor de gasolina no Brasil era o 56º mais barato dentre 166 pesquisados, estando 17,8% abaixo da média de US$ 1,05 por litro. Já o médio de diesel ao consumidor no País era o 42º mais barato dentre 165 pesquisados, estando 26,7% abaixo da média de US$ 0,95 por litro.
Para Campetti, o preço do combustível ainda deve subir, pois há uma demanda reprimida no mundo. “A retomada de certas atividades econômicas nos próximos meses, como viagens, deve puxar para cima o preço internacional do petróleo. Porém, talvez uma menor cotação do dólar no Brasil possa diminuir um pouco o impacto no país”, aponta.
O Jornal Semanário, por meio do Instagram (@jornalsemanario), realizou uma pesquisa quantitativa que resultou em 65%, dos 146 participantes que responderam, reduziu a quantidade de litros abastecida e 35% manteve. Outra questão foi sobre a troca de gasolina por gás natural, das 152 pessoas que interagiram, 65% não trocaria e 35% sim.
Valor diferente em municípios do RS
Na segunda e terça-feira, 12 e 13, o município de Carazinho, por exemplo, ofertou a gasolina comum e aditivada a R$ 5,47 o litro. Em Bento, segundo a pesquisa semanal do Procon, a comum pode ser encontrada a R$ 5,79 e a aditivada a R$ 5,90.
Essa diferença entre uma cidade e outra, conforme o economista, envolve contratos entre revendedor e distribuidor. “Há também o fator do custo de distribuição, a dinâmica e os gastos com mão de obra de cada município, a questão de serviços de conveniência oferecidos e a competitividade do mercado de combustíveis dentro de cada cidade. Ou seja, seria preciso entender a concentração de proprietários de postos em cada município, pois em mercados mais competitivos, o preço tende a ser menor”, explica Campetti.
Fotos: Franciele Zanon