O bandido chega no balcão apontando uma arma e atira no pacato cidadão que estava comprando. Com certeza um crime.
O bandido aborda o rapaz que passava com sua mochila e sob a mira de uma arma exige a entrega. O rapaz reage e ao sair correndo recebe um tiro pelas costas. Com certeza um crime.
O bandido assalta uma loja com uma falsa arma e o caixa da loja reage com uma arma de verdade e mata o bandido…
CÁ com meus botões, tentando entender a ação dos criminosos e a reação das vítimas, fiquei perplexo ao escutar as “razões” de um ladrão que assassinou um rapaz:
– “Só matei porque ele reagiu.”
No assalto ocorrido aqui em Bento na semana passada, divulgado pelas redes sociais, no qual o rapaz adentra na loja com capacete de motoqueiro e dispara dois tiros a queima roupa no senhor que realizava suas compras não houve qualquer reação da vítima.
O que se observa é que bandido atira conforme sua conveniência. Não importa se a vítima tenta fugir, se defender ou simplesmente ficar parado, assistindo o desenrolar do crime. Mandam bala.
Com este pressuposto, tenho divergência quanto a orientação dos agentes de segurança que instruem para não reagir. Penso que se houver uma oportunidade de reação esta deve ser executada pois é uma chance de preservar a vida de quem é vítima.
Com o pressuposto de que as vítimas nunca reagirão, os bandidos ficarão os donos do campinho. Em Bento Gonçalves o crime está solto e algumas medidas podem ser tomadas para diminuir a praga.
Conheci uma cidade no México onde é proibido levar carona em motos desde as seis da manhã das segundas até as quinze horas dos sábados, período em que o comércio sofria o maior número de assaltos.
Noutra localidade, na Colômbia, os que pilotavam motos deveriam usar capacetes e coletes pintados em tinta reflexiva amarela com o número da placa do veículo. Isto era válido para o condutor e o carona.
Também conheci uma cidade onde condutor de moto só podia entrar em posto de gasolina empurrando a moto e sem capacete. Já é um extremo mas em rio de piranha jacaré nada de costas.
Pensar que só com motos se fazem assaltos é um ledo engano mas a maior incidência de crimes tem sido com o uso deste tipo de veículo pela facilidade que tem de aproximação, fuga e ocultação do reconhecimento facial pelo capacete, quase uma toca ninja.
Sou a favor do porte legal de armas e a favor de cursos de defesa para os cidadãos. A sociedade está cansada de barbaridades e tem que reagir em sua defesa. O risco de aceitar passivamente ser uma vítima é o castigo da omissão.
Sou vítima de três assaltos e pelas circunstâncias não tive a chance de reagir. Bom que saí vivo e fiquei marcado pela frustração mas se um dia tiver um novo confronto e tiver chance, mando bala.
No Pai Nosso que rezo a última frase é: livrai-nos do mal, amém. Vou tentar fazer a minha parte caso Ele não possa me atender.