A Associação Ativista Ecológica de Bento Gonçalves (Aaeco) denunciou a prefeitura de Bento Gonçalves por um possível crime ambiental no Lago Fasolo. A organização critica a forma como a prefeitura realizou a retirada de plantas aquáticas do lago, alegando que a ação resultou na destruição da vegetação existente no entorno.
Segundo o secretário da entidade, Gilnei Rigotto, a retirada das plantas aquáticas foi realizada de forma inadequada, com o uso de veículos pesados que danificaram não apenas as plantas, mas também o solo e a vegetação nativa. “As obras no local acontecem no lado Sul e Oeste, em princípio, está tudo certo. O que ocorre é que no outro lado (Norte), a prefeitura colocou uma máquina, a pedido de moradores, porque estava tendo um excesso de proliferação de marrequinhas. Isso ocasiona falta de oxigenação no lago. Para retirá-las não precisa de licença ambiental. Mas o crime praticado é a maneira como estão realizando a retirada, destruindo cerca de 10 metros de mata ciliar, que é proibido por lei”, explica.
Conforme o ativista, a destruição acaba afetando, inclusive, o desenvolvimento da fauna e flora local.
O Ministério Público e a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) confirmaram que receberam a denúncia e que irão investigar o caso. Ambas as instituições ressaltaram a importância de se apurar os fatos e responsabilizar os envolvidos, caso seja confirmada a prática de crime ambiental.
Em contato com a prefeitura municipal, até o momento, o município não foi notificado sobre a denúncia. O Lago Fasolo é uma importante área de preservação ambiental que passa pelo processo de despoluição desde o início do ano. As obras de despoluição do lago terão um aterro com quatro metros de largura e cerca de 300 metros no lago. Posteriormente, será construída a rede coletora e emissário, montagem da elevatória, estação de tratamento de esgoto e parte elétrica. A estação vai contar com quatro reservatórios de 20 mil litros cada, atendendo a coleta leste e sul do lago. Com a obra, 104 casas receberão a ligação de esgoto, beneficiando cerca de 300 pessoas.
Fotos: Aaeco / Reprodução