Em 15 e novembro de 1889, o Marechal Deodoro da Fonseca no Rio de Janeiro, dá um golpe de Estado, auxiliado por uma equipe coordenada por Floriano Peixoto, derruba o Império, comandado por Dom Pedro II, proclamando a República. A Revolução Federalista, foi a mais cruel das revoluções gaúchas, tendo causado mais de dez mil mortes. Brevemente era o seguinte: Júlio P. de Castilhos era o Presidente (governador) da Província de São Pedro do Rio Grande do Sul; os seus partidários, chamados também legalistas ou republicanos (porque eram simpatizantes com a nova República) – queriam autonomia para os estados, como se fossem pequenas Repúblicas, à maneira dos Estados Unidos da América. Contra este partido dominante e seu Presidente Estadual, se lamentaram o brilhante e dinâmico político Gaspar Silveira Martins e seus seguidores, os federalistas ou maragatos. (Esta palavra procede do Uruguai, pois os Castilhanos afirmavam que os maragatos eram ajudados pelos uruguaios. Lá chamavam-se maragatos. Lá, chamavam-se maragatos, os descendentes dos espanhóis, que eram originários da “La Maragateria”, região ao nordeste da Espanha, perto dos montes Contábricos. Essa terra foi denominada Maragateira, porque nela se fixaram os muçulmanos provindos da região de Maragath às margens do rio Nilo). Eles usavam lenço vermelho no pescoço, símbolo dos degoladores e sanguinários das guerras.
Essa inglória luta fraticida ensanguentou os campos, os coxilhas, as cidades e também a nova Colônia Italiana.
Na nascente Colônia Alfredo Chaves, a sua sede, ora em poder dos federalistas, ora em poder dos republicanos, foi o cenário de lutas sangrentas e vandalismo. As duas facções rivalizaram em atos de selvageria, depredando e incendiando muitas casas. As moradias dos imigrantes foram saqueadas. Os danos materiais foram enormes. Os maragatos, depois de ocuparem o povoado, invadiram a casa paroquial e Dom Mattéo Pasquali foi golpeado com espada e só não o trucidaram porque tinham crença de que “quem mata um padre vai direitinho para o inferno”. (Pe. Félix Bussata. pags 15 e 16).
Todos os imigrantes e seus familiares durante a Revolução Federalista, se escondiam na selva. Um certo dia, para que os Federalistas não desconfiassem, o imigrante deixou amarrada perto da casa uma mula velha e magra. Eles, os federalistas, levaram somente o freio, porque reconheceram que a mula era imprestável… Foram dois anos de sobressaltos, temores e noites mal dormidas.
No período da Revolução foram feitas poucas roças e as colheitas foram muito escassas.
Terminadas as badernas federalistas, as Colônias mergulharam na tranquilidade; todos começaram a trabalhar sossegadamente e o progresso se estabeleceu em toda a Região Colonial Italiana.
Obs – A Revolução Federalista aconteceu de 05-02-1893 à 23-08-1895.