Em Bento Gonçalves, a rede estadual volta apenas no final do mês. A decisão é da 16ª CRE
O retorno às aulas presenciais tem sido um assunto muito debatido nos últimos dias. Após o retorno da rede municipal, a partir da próxima terça, 20, a rede estadual também tem permissão para voltar às atividades. Na região da 16ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), porém, a previsão é apenas para o dia 28. “A gente optou para aguardar a entrega dos EPI’s (Equipamentos de proteção individual), que está previsto para final dessa semana. Teremos álcool gel, água sanitária, tapete sanitizante e termômetros. As escolas vão receber todos esses equipamentos e nenhuma vai voltar sem ter condições sanitárias. Na nossa região, todas têm condições para retornar”, afirma o coordenador da 16ª CRE, Alexandre Misturini.
Para o Governo do estado, o acesso à educação é considerado essencial e está previsto na Constituição Federal. Sendo assim, a partir do retorno gradual de outras atividades, entende-se que é fundamental que as escolas também possam funcionar. Segundo o estado, as atividades escolares são essenciais para dar suporte a estudantes em vulnerabilidade social, diminuir os índices de evasão escolar e permitir o desenvolvimento saudável dos jovens.
Entretanto, as atividades estão autorizadas apenas nas bandeiras amarela e laranja. Nas regiões classificadas em bandeira vermelha no modelo de Distanciamento Controlado, as aulas presenciais nas escolas estaduais estão suspensas.
Aos pais, é garantido o direito de decisão de permitir ou não que os estudantes menores de 18 anos voltem às salas de aula. No caso dos que não retornarem, as aulas virtuais vão continuar. Misturini explica que os responsáveis têm a obrigação de manter os filhos no sistema remoto. “Se não, isso pode ser caracterizado como abandono intelectual. Os alunos precisam continuar realizando as atividades. Já existe a internet patrocinada pelo governo, é só baixar o aplicativo. Caso não tenha os aparelhos tecnológicos, o estudante pode agendar horário na escola para pegar e devolver as tarefas”, argumenta o coordenador.
Para o retorno das aulas presenciais, o estado irá dispor de um investimento extra de R$ 270 milhões para aprendizagem, capacitação, aquisição de equipamentos de proteção e materiais de desinfecção e contratação de professores e profissionais de apoio (serventes e merendeiras) em todo o Rio Grande do Sul. A Secretaria da Educação (Seduc) informa que trabalha a fim de preparar as escolas da rede para que tenham capacidade de receber todos os alunos matriculados, respeitando os protocolos sanitários estabelecidos em portaria conjunta com a Secretaria da Saúde.
Além disso, a fim de garantir a aplicação dos protocolos de saúde e garantir o monitoramento, a Portaria Conjunta SES/Seduc 1/2020 determina a criação dos Centros de Operações de Emergência em Saúde para a Educação (COEs) nas escolas estaduais. Constituído por membros da equipe da própria escola, o COE Local será o responsável por reportar ao Regional e à Vigilância Sanitária casos suspeitos de contaminação por Covid-19 nas escolas.
Segundo pesquisa, apenas 20% dos estudantes vão voltar
As escolas poderão receber presencialmente no máximo 50% dos estudantes por dia, respeitando as regras de distanciamento social, além do uso de máscara, que é obrigatório durante toda a presença dos estudantes e professores no ambiente escolar e seguindo orientações de higienização pessoal.
Os alunos terão aulas presenciais em revezamento com a divisão da turma, respeitando as bandeiras amarela e laranja do modelo de Distanciamento Controlado do governo do estado. Segundo o diretor do Colégio Bom Retiro, Eldo Dorneles Júnior, “a escola está organizando uma estrutura para receber os alunos dentro de todas as normas e protocolos criados para evitar o contágio da Covid-19. As salas terão seu número de alunos reduzidos, locais de confraternização estão sendo readequado para evitar o contato. Cartazes de conscientização estão espalhados por toda a escola, o fluxo de entrada e saída será controlado”, esclarece.
Um termo de responsabilidade está sendo emitido, onde os pais ou responsáveis informam sobre a decisão de volta presencial dos filhos ou permanência no ensino à distância. “A maioria irá permanecer no remoto. Muitos ainda não vieram, e para tentar resgatar o máximo de educandos possível, a equipe permanece em constante estado de busca ativa, entrando em contato com pais e alunos para identificar as dificuldades e tentar fazer com que eles retornem as atividades para não se perderem no processo de aprendizagem”, aponta Dorneles Júnior.
Segundo o coordenador da 16ª CRE, até agora, a minoria das crianças vai retornar para a escola. “É um acordo entre os promotores estaduais de educação, dar autonomia às famílias. Com as pesquisas que as escolas fizeram, a maioria ainda não está voltando. Com no máximo 20% dos alunos, o retorno vai ser seguro”, conclui Misturini.
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