Clacir Rasador
Pense rápido numa música de Natal. Fácil, não é? A clássica “Noite Feliz” em primeiro lugar, seguida de “Então é Natal”, na voz da cantora Simone.
São estas que me surgem sem precisar sequer estalar os dedos.
Pois é, agora, que tal trazer a memória uma daquelas músicas mais famosas de Páscoa?
Pensativo… Silêncio…
Tranquilo! Estes são, inclusive, alguns sinais de que então é PÁSCOA, mesmo sem música de sucesso.
Sendo parte dos quase 2,18 bilhões de pessoas que professam a fé cristã, número este segundo dados do instituto de pesquisa americano Pew Research Center, disponíveis no site da CNBB, em reportagem intitulada “Cristãos no mundo: 2,18 bilhões de pessoas dizem professar a fé cristã segundo instituto”, convido os leitores cristãos a se transportarem para aquela que seria a Sexta-Feira Santa.
Em que par de sandálias estariam nossos pés?
Quais vestes cobririam nossos corpos? Ou seriam elas armaduras?
Teríamos em mãos pergaminhos que cairiam pelo chão de tantas leis ou estenderíamos as mãos àqueles que se encontravam ao chão pelo caminho?
Nossas vozes se juntariam ao refrão dos que condenaram a CRISTO?
Se calariam?
Ou sofreríamos do mesmo arrependimento de Pedro?
Saindo daquela multidão de coadjuvantes e subindo as escadas do palácio do governador romano, uma jarra de água nos espera. Que destino daremos a ela?
A propósito, acredito que, mal sabia ele, Pilatos, com tal gesto de lavar as mãos, viria a protagonizar, na história, o exemplo perfeito de que agir sob a ótica do politicamente “correto” nada mais é que se omitir em fazer o que é unicamente o correto a fazer, cuja consequência omissiva é dar margem às maiores injustiças.
E a água? Bem, a água que lava as mãos, permitindo a condenação, manchando de sangue as mãos de quem poderia fazer Justiça, é a mesma água que lavou os pés dos apóstolos e foi sinal de salvação.
É hora de voltar ao presente, e este é o grande desafio, escolher o caminho certo na face de quem não conhecemos, ou até mesmo naquele rosto que é parte de nós mesmos ou ainda nossa cara metade.
Sem atirar a primeira pedra e tampouco fazer pré-julgamento, diante do que vivenciamos nos últimos tempos, há quem diga que Pilatos fez escola por estes pampas; de uma forma mais “apurada” lavam as mãos com o melhor vinho, cegamente apontam culpados por conveniência aos olhos dos “politicamente corretos” e após terem os olhos abertos pela verdade, com meias palavras se declaram arrependidos ou assim se apresentam como tal, fato é que tentam falaciosamente juntar o leite derramado.
E assim seguimos em frente, pois o tempo não espera, tão pouco pede passagem; as águas de março já fecharam o verão e fiquemos tranquilos: mais uma vez ELE fará aquele doloroso caminho por nós e irá ressuscitar nos corações que abrirem.
Detalhe, a chave…é por dentro.
FELIZ PÁSCOA!