Em Curitiba levaram-me para conhecer a “Boca Maldita”. Fica no centro da cidade e é uma praça onde as pessoas se reúnem para uma conversa informal e, portanto, sai fofoca pra todo lado, contra tudo e todos. Vez por outra, conversas a favor.
Quando de minha visita, a discussão da “Boca Maldita” era sobre a Dona Vitória, moradora do bairro Pilarzinho, que em um bar, havia contratado dois “bebuns” para pintarem o túmulo da família e havia fornecido dois baldes de tinta plástica na cor azul celeste. Pagaria o serviço depois de concluído, nas vésperas do Dia de Finados.
Talvez por falta de orientação da Dona Vitória, ou pela distração da cachaça, os “pintores” usaram a tinta num túmulo de mármore branco, não o da Dona Vitória. A confusão estava feita.
Os “pintores” queriam o pagamento do serviço; a Dona Vitória queria o dinheiro da tinta ou os baldes de volta; o dono do túmulo de mármore queria tudo no seu estado original, sem a pintura. Não sei como terminou a discussão e se houve “julgamento” do caso.
Ao relatar o ocorrido para o Vicente, ainda rindo, ele informou que em Bento também temos um lugar onde os comentários são muito pródigos e interessantes: “A curva do rio”.
O nome me deixou curioso pois não conseguia imaginar pessoas se reunindo as margens do Rio das Antas, ou de outro rio qualquer, para seus comentários. Cheguei a pensar num bar que existe nas proximidades da ponte dos arcos, divisa Bento/Veranópolis.
Que nada! “A curva do rio” é um bar localizado nos arredores da antiga estação rodoviária, proximidades do Apolão.
Interessante a explicação do nome: – “É na curva do rio onde mais se junta o lixo!”. Nada a ver com pessoas e sim com as conversas.
Conclusão da história: ainda irei tomar um café no local para conhecer a “boca maldita” de Bento. Aquela de Curitiba ficou famosa e por lá muitos se infiltram para atualizar-se com a “temperatura” dos paranaenses.
Quem sabe Bento Gonçalves também tenha seu centro de opiniões: “A curva do rio”. Para mim, passa a ser um lugar de destaque.