Consolidação do local passou pelo trabalho de muitas mãos
Há 30 anos, ninguém imaginava que o Santa Helena se tornaria o que é hoje: um lugar tranquilo, familiar, com empreendimentos e empresas de diversos segmentos. É habitado por pessoas advindas de muitas regiões do município e de fora dele. Um povo acolhedor, sorridente e que sempre encontra motivos para comemorar. Porém, alguns detalhes para melhorias no bairro também são citados.
A família de Selvino Dalla Santa viveu toda a vida no bairro. Ele destaca a tranquilidade do local e pontua que o ambiente é muito familiar, pois todos, praticamente, se conhecem. “Conversamos entre os vizinhos, somos todos conhecidos. Tanto que a união sempre esteve presente na trajetória do bairro, desde a sua constituição até os dias de hoje”, frisa.
Zair e Jô Guzatto moram no bairro há quase três décadas. Comerciantes, possuem o empreendimento no mesmo local durante todo este tempo. De lá, puderam acompanhar o crescimento e a expansão da localidade, fazendo parte ativamente do espaço que escolheram para compartilhar e vivenciar histórias.
De acordo com Guzatto, quando chegaram no local, as ruas ainda eram de chão batido, sem iluminação pública. Com o passar dos anos, tudo foi se modificando e melhorando. “Mudou 100%, em tudo. Considero que é um dos melhores bairros para morar. Aqui tem uma ótima posição solar, a comunidade é unida, temos lojas de diversas áreas, além de transporte público em diferentes horários. Quem reside aqui e sai, não esquece. Quem vai embora, quer retornar”, revela.
Os pedidos
Apesar de ter ‘de tudo um pouco’, duas são as queixas dos moradores. Segundo Jô, uma delas é a falta de um estabelecimento bancário. “Facilitaria a vida dos residentes se tivéssemos um local para efetuarmos o pagamento de contas. Assim, evitaria também, deslocamentos de pessoas com mais idade para outros lugares”, avalia.
Já, de acordo com Dalla Santa, o pedido é por mais segurança. “Que o policiamento possa intensificar a ronda pelas ruas. Isso já auxiliaria bastante”, revela.
Melhorias significativas
De acordo com o integrante da diretoria da Associação dos Moradores, Sergio Mella Pereira, a pandemia de Covid-19 alterou muitos planos neste ano, especialmente os eventos que seriam realizados no Ginásio da localidade e que atraem muitas pessoas. Apesar disso, há o que se comemorar, pois muitas conquistas ao longo do tempo foram concretizadas, contribuindo, especialmente, para a melhoria da qualidade de vida dos moradores do bairro. Outras, estão nos planos da equipe da associação. “Todas as ruas estão calçadas. O que não tem calçamento, possui asfalto. Mais recentemente, tivemos o recapeamento asfáltico da rua Amos Perissutti até a frente da Igreja. Agora, falta a conclusão do restante. Também estamos reivindicando, para o próximo ano, uma praça para que as crianças e as famílias possam se divertir”, pontua Pereira.
Além disso, um dos locais em que se projeta melhorias é o Ginásio Municipal de Esportes, administrado e construído em parceria com a Associação de Moradores do Santa Helena, que também é utilizado pela Escola Municipal de Ensino Fundamental da localidade. “Pretendemos, nos próximos dois anos, realizar a troca do piso na estrutura, pois ela é muito utilizada. Para isso, vamos precisar de auxílio”, esclarece.
Fé e devoção marcam a trajetória
Muitos templos religiosos fazem parte da comunidade. Um deles é o da religião católica, a denominada Igreja Santa Helena, que possui uma história peculiar. A concretização dela somente foi possível com a união e esforço dos moradores da época em que foi criada. Desde lá, a fé e devoção estão presentes diariamente na rotina de muitas famílias.
De acordo com o histórico da comunidade, por meados dos anos 80, devido ao crescimento da cidade e pela vinda de muitos imigrantes, os donos das terras onde hoje é o bairro Santa Helena, juntamente com empreiteiras, decidiram por lotear as terras que, naquela ocasião, eram colônias. A partir daí constituiu-se o bairro, com nome escolhido por um dos proprietários, com a intenção de homenagear a mãe, que se chamava Helena.
As primeiras famílias que foram chegando, a maioria imigrantes, sentiram a necessidade de ter um local para a comunidade se encontrar. Desta forma, com o apoio do Pe. Ernesto Sbrissa, iniciou-se a chamada
‘comunidade igreja’. “As missas eram celebradas nas casas de moradores, na escolinha que também, no início, era uma casa alugada pela prefeitura”, frisa Adriane Inês Demichei Araldi, residente na comunidade desde 1988. A moradora faz parte do conselho e da catequese, que tem aproximadamente 120 crianças participantes.
Esforço comunitário
A união sempre esteve presente. Isso pode ser visto quando foram iniciadas as tratativas para a escolha da padroeira e aquisição de uma imagem da santa. “Pela opinião da maioria, foi eleita a própria Santa Helena. Surgiu também a preocupação de se ter a imagem da padroeira. Por isso, os moradores fizeram uma pequena doação em dinheiro para que se pudesse ter a imagem, que teria que vir de fora e com um alto custo”, pondera Adriane.
Mais tarde, no ano de 1989, com grande esforço e influência do Padre Sbrissa, a comunidade ganha o terreno para a construção da igreja e salão. Aos poucos, o sacerdote foi em busca de casais festeiros, e a primeira festa em honra a padroeira foi realizada no salão do Santo Antão.
Então, as tudo começou a se modificar. Com a realização da atividade, a comunidade conseguiu angariar fundos e, com este valor em caixa, além da ajuda da Paróquia Cristo Rei e do auxílio dos moradores, que doaram materiais de construção como areia, tijolos, cimento, e mão de obra, no ano de 1990 iniciou-se a obra onde hoje é a Igreja Santa Helena. Depois, a construção do ginásio veio também pelo esforço e luta do povo, e as festas passaram a se realizar no ginásio. “Sempre tivemos e temos boas lideranças, muitos que já se foram, e dedicaram e dedicam parte de suas vidas e de seu tempo em favor da comunidade, tanto no trabalho incansável, como na motivação pela fé”, salienta Adriane.