Sem Reforma, o caos?

Pois é, o governador Leite falou claro e bom som que “sem a reforma tributária o RS seria o caos”. Bem, o caos já está instalado há décadas. O ex-governador antonio brito fez liquidação de estatais e renegociou a dívida com o governo federal e consegui deixar tudo pior. Os demais foram empurrando as contas deficitárias com a barriga, como sacando do caixa único (Olívio); aumentando o ICMS (Rigotto); empréstimo de 1,1 bilhão de dólares e venda de 49% do Banrisul (Yeda, a do “déficit zero”, que teve quem acreditou); saque de valores dos depósitos judiciais (Tarso); novo aumento do ICMS (Sartori) e manutenção do aumento do ICMS com Eduardo Leite. Em síntese, o “caos” vem se arrastando há vários governos.

Mas, resolverá?

Já tivemos, na prática, como constatar os resultados da suspensão do aumento do ICMS. Quando Tarso assumiu, a Assembléia eliminou o aumento do ICMS e, por acaso, HOUVE REDUÇÃO NO PREÇO DAS MERCADORIAS que aumentaram? OBVIAMENTE, NÃO! Talvez (não lembro bem) tenha havido redução nos combustíveis, energia elétrica e telefonia, cujo ICMS era de 25% e Sartori, a exemplo do Rigotto, passou para 30%. Mas, no restante das mercadorias, que era 17% e passou para 18%, não se viu REDUÇÃO alguma com o retorno para 17%. Então, me parece claríssimo que eliminar o aumento de 18% para 17% nada significará para a POPULAÇÃO, mas as empresas farão “recomposição de margem de lucro”. E o restante?

O que mais tem na Reforma?

Está previsto a cobrança de IPVA para veículos de até 40 anos de uso e aumento de 3% para 3,5% no IPVA de todos os veículos. Creio, porém, que esse aumento será compensado com a REDUÇÃO do ICMS sobre combustíveis, que não será pouco, pois agora os 30% representam, na prática, 42,85% e reduzindo-se para 25%, na verdade 33,33%, significará REDUÇÃO DE 9,52% no preço dos combustíveis, não nos postos, mas no VALOR DE PAUTA do governo, que é sempre superior ao valor cobrado nas bombas. Neste quesito, no meu entender, há compensação entre o aumento do IPVA com a redução dos combustíveis. Mas, é preciso mais desdobramentos para se chegar a uma conclusão plausível.

Fim da corrupção?

Quando ouço, leio ou vejo falarem no “fim da corrupção no Brasil” tenho frouxos de riso. Bolsonaro prometeu que iria acabar com ela e que faria “uma nova política”. Bem, que a corrupção está anos-luz distante de acabar no Brasil, até os pardais da ex-bela Praça Dr. Tacchini sabem; que ele iria “praticar uma nova política” só acreditou quem não pesquisou sobre a vida política dele como deputado ou, certamente, nasceu e viveu em Nárnia. E eu escrevi várias vezes isso nesta coluna, desde bem antes da eleição de 2018. E o que se constata agora? Corrupção desenfreada do Oiapoque ao Chuí. E não é só pela pandemia ou na área da saúde, não. A corrupção campeia solta, sabe-se lá em quantos setores ou áreas.

Se cada um cuidasse de si…

E de seus familiares e amigos, certamente a pandemia teria um fim em bem menos tempo. Mas, o que se vê? Milhares, milhões de inconsequentes que, talvez, se julguem “superqualquercoisa”, desafiando o coronavírus em aglomerações, festinhas, surubas, etc. E, pior, acreditando que “é dentro de casa que há mais gente ficando doente”. Sim, claro, MAS QUEM LEVA o coronavírus para dentro de casa (sem sentir qualquer sintoma) e contamina seus familiares e amigos, impondo-lhes risco de vida? Não são aqueles que estão em quarentena ou isolamento social voluntário e obedecem a todas as normas, óbvio. Já é mais do que hora de TODOS criarem juízo e respeitarem seus semelhantes, cumprindo os protocolos.

É hora de ensinar a pescar?

Tenho defendido há muito tempo as ações governamentais que ajudam aos menos favorecidos, pobres e miseráveis brasileiros, contrariando aqueles que insistem com a falácia do “tem que ensinar a pescar, não dar o peixe”, mas NUNCA pegam “um caniço” e comparecem para “ensinar”. Agora, com o “auxílio emergencial” (que, aliás, está sendo fraudado – o que não é fraudado no Brasil?), que é uma imitação do que dezenas de países do mundo fazem, o governo brasileiro faz a sua parte. Sim, a pandemia destrói empregos, cria dificuldades financeiras para muitos e com o objetivo de não destroçar a economia, os governos doam dinheiro. Para “ensinar a pescar”, há que se ter caniço, linha, anzol e peixes para pescar. Elementar, caro Watson!

Últimas

Primeira: Muitas perguntas que não querem calar pululam no Brasil. Por exemplo, “por que Queiroz depositou 89 mil na conta da Michele Bolsonaro?” e “por que depositaram mais de 100 mil na conta da mulher do Witzel?” são as da “ordem do dia”;

Segunda: Espero que não levar “porrada na boca” por publicá-las na coluna. Acontece que, DEPOIS DE 42 ANOS escrevendo esta coluna (comecei no dia 19 de agosto de 1978), o espírito de jornalista se enraíza na gente. Mas, não vou chegar perto de políticos, Porrada, não;

Terceira: Ah, sim, e estou bem consciente de que todo aquele que “ousar” não tecer elogios ao Bolsonarismo é chamado de “petista-comunista”. Se elogiar, é “bolsominion”, pois “imprensa imparcial” é “proibida” no Brasil;

Quarta: Guilherme Afif Domingos, assessor do Ministério do Planejamento, afirmou que o ICMS DE 25% é, na verdade, de 33%. Errou! É de 33,33%, assim como o de 30% é de 42,85%, pois é cobrado, inconstitucionalmente, sobre si mesmo;

Quinta: ANTON KARL BIDERMANN, um homem fantástico que, aos 96 anos ainda pratica natação (com centenas de medalhas em competições pelo mundo todo), tendo presidido a Federasul e com um currículo profissional invejável, escreveu artigo no jornal ZH há mais de 15 anos, sob o título “POBRE GRANDE DO SUL”;

Sexta: Pois é sobre esse artigo dele que farei comentários na semana que vem, dada a importância do assunto, já que teremos uma reforma tributária do Estado, sendo discutida na Assembléia Legislativa;

Sétima: Grêmio e Caxias decidem o título do ruralito amanhã, na Arena do Grêmio. Pior que ganhar o título é perdê-lo, ainda mais depois de vencer três grenais por ele.