No Rio Grande do Sul, a imigração era necessária para revitalização da agricultura, com ênfase na cultura do trigo. No caso específico da nossa região, a preocupação era “estabelecer núcleos destinados a produzir gêneros alimentícios para o mercado interno, o mercado urbano que começava a se constituir”. Para isso, foi necessário redimensionar a questão territorial. Houve redefinição da terra como mercadoria através da adoção da Lei Federal nº 601, de 18 de Setembro de 1850, que dispôs sobre o aproveitamento das áreas devolutas do Império para o estabelecimento das colônias, e sobre a compra e venda dos lotes. A Lei estabeleceu a criação da Repartição Geral das Terras e uma nova forma de demarcação das colônias em léguas, linhas e travessões.
O Decreto nº 3.787, de janeiro de 1876, organizou a Inspetoria Geral das Terras, que substituiu a Repartição. Sua função era promover, fiscalizar e dirigir os trabalhos de imigração e colonização, bem como organizar o registro de imigrantes e demarcar os lotes. Na Legislação eram marcados os preços dos lotes por braça quadrada, bem como o auxílio financeiro que era dado aos imigrantes, até colherem as primeiras colheitas. Os agentes da propaganda imigratória na Europa prometiam viagem gratuita, auxílio nos primeiros anos, nacionalização imediata e a possibilidade de serem proprietários de terra. Aos poucos, umas diversidades de etnias atravessaram o Atlântico em busca de melhores condições de vida. A Itália, que enfrentava inúmeros problemas, era o principal alvo da propaganda.
Feito o estudo prévio, seguindo critérios geográficos regionais da Itália, e o mais específico por Província, restou algumas considerações gerais sobre proveniência dos imigrantes italianos no nordeste do Rio Grande do Sul.
Tomando como ponto de partida e as considerações gerais das necessidades de povoar esta terra de ninguém, o percentual dos índices imigratórios a proveniência de imigrantes italianos no Nordeste do Rio Grande do Sul foram as seguintes: Imigrantes da região do Vêneto 54%, Lombardos 33%, Trentinos 7%, Friulanos 4,5%, outros 1,5%.
Os contatos para fins emigratórios iniciados no século 19, logo após a Unificação da Itália, afetaram as quatro regiões que se englobavam sob aspecto político, em dois blocos: O Reino da Lombardia e os Antigos Domínios da República de Veneza. A razão pela qual os Vênetos estão representados em número maior na imigração fundamenta-se que as Províncias Venetas de áreas montanhosas contribuíram de modo mais expressivo, porque os emigrantes eram, na sua maioria, agricultores, trabalhando em terras de grandes latifundiários.
Os Trentinos, e Friulianos, não conseguiram embarcar, porque eram próximos as Províncias do Vêneto.
Trento e Friuli comparados, geográfica e populacional mente com o Vêneto a Lombardia, representaram uma porção reduzida de fluxos migratórios com destino ao nordeste do Rio Grande do Sul.