O suco de uva que num primeiro momento apresentava-se como uma das vertentes mais viáveis à absorção dos excedentes das safras de uvas comuns (híbridas e americanas),considerado o cenário de reconhecida redução de consumo de vinhos comuns em razão da preferência pelos vinhos importados, contudo, decorridos 10 meses do ano, constata-se resistência na demanda com a desaceleração de seu crescimento e início da estagnação do consumo.
Com um rápido crescimento no consumo, o suco de uva integral 100%, partiu de uma base inicial de 37 milhões de litros em 2009 e atingiu rapidamente 80 milhões de litros em 2013, equivalente a 16,3% de incremento em relação ao ano de 2012.
Entretanto, decorridos 10 meses do presente ano e segundo projeções, o incremento será de 4,9% e totalizará aproximadamente em 85 milhões de litros. Com a interrupção do crescimento de dois dígitos porcentuais por ano como ocorrera no passado, o atual patamar de aproximadamente 85 milhões de litros/ano deverá permanecer no futuro, considerando tratar-se de um “nicho” especial de mercado e com valor agregado, onde disputa o mercado com outros sucos naturais de frutas tropicais, com menor custo da matéria-prima (frutas industriais) e resultando em menor preço do produto ao consumidor final. E, o suco de uva concentrado, em igual situação de declínio, onde segundo projeções estima-se uma redução aproximadamente de 3% do consumo em relação ao último ano de 2013.
Para o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Suco de Uva (Asbrasuco), José Carlos Estefenon, é preocupante a redução do crescimento da demanda e da própria demanda, que por si só já caracterizaria o início da estagnação do consumo, evidenciando, segundo conceito doutrinário mercadológico, em especial, a análise do ciclo do produto da teoria geral da administração CP/TGA, a proximidade da chamada “curva de saturação da demanda”, que poderá resultar em excedentes de estoques e de safra, inclusive da próxima que se avizinha.”