Falta o quê, ainda???

Certamente não é falta de informações. O descaso de parte da população não se deve a isso, pois emissoras de televisão (todas, inclusive as que, agora, os bolsonaristas chamam de “imprensalixo”), de rádio, jornais e revistas estão diariamente, transmitindo INFORMAÇÕES a todo o povo brasileiro. Isso sem falar nas redes sociais, onde pessoas de, no mínimo, mediana inteligência, também estão manifestando sua preocupação, sem a absurda politização (estão politizando até religião) que se vê, frequentemente, nas abordagens sobre o coronavírus.

Certamente é “juízo”!

Governadores e prefeitos, juntamente com suas secretarias e equipes de saúde, fazem o que podem para tentar conter a pandemia. Mas, será que está havendo a integração de toda a população? Pelo que a imprensa e as redes sociais mostram, obviamente, NÃO! Há, pelo menos, 15% desse povo que não acredita na pandemia, não aceita o isolamento ou acham que são imunes a tudo. O resultado é o que está se vendo: crescimento assustador de casos em todo o Brasil, que levou 124 dias para chegar ao um milhão de infectados e levou 16 dias para chegar aos dois milhões. É ou não falta de juízo dessa minoria?

As versões

É impressionante o número de “médicos”, “cientistas”, “pesquisadores” e coisas do gênero que se vê nas redes sociais. Há desde receitas de medicamentos não devidamente testados a “receitas caseiras”. Ainda bem que o número de verdadeiros cientistas e especialistas não dão importância a tantos “experts” de redes sociais e continuam seu trabalho de pesquisa, buscando algo que seja, mesmo, eficiente contra o coronavírus. Enquanto isso, na Alemanha, onde houve distanciamento social rígido e, depois, abertura, está programando novo isolamento em razão do crescimento de infectados. Em outros países ocorre o mesmo, ou seja, neles também existem os “sem noção” em bom percentual.

Sempre a imprensa

Quem não é fanático político-partidário deve lembrar que a grande imprensa – Rede Globo, Band, Record, Revista Veja, Época, IstoÉ, jornal Estadão, Folha de São Paulo e outras, inclusive de rádios – tinham alvo diário e/ou semanal contra os governos petistas, detonado com força e a petezada protestava chamando de “golpistas”, mas sem dizer NO QUÊ a imprensa mentia. E eis que, agora, os bolsonaristas de carteirinha fazem o mesmo e a chamam de “imprensalixo”, exatamente pelos mesmos motivos dos petistas e, também, não apontam NO QUÊ a imprensa mente. Mas, quem não comunga com todos os atos do governo é taxado de “comunista”. É o Brasil sendo Brasil, nada mais.

Reforma Tributária

Que o governador Eduardo Leite já mostrou que não está preocupado com a sua reeleição é público e notório. Mas, agora, quando apresenta projeto para uma “reforma tributária” no Rio Grande do Sul, ele mostra também muita coragem. Obviamente os “interésses” são antagônicos. O meio empresarial e a população querem pagar menos; os prefeitos não querem receber menos. E o Estado e municípios sequer conseguem, agora, com atual carga tributária, pagar os funcionários, prover a saúde pública e a segurança, precisando da colaboração de todos. Como, então, fazer reforma tributária?

Fazer fazendo

Como diria o ex-prefeito Darcy Pozza, tem que “fazer fazendo”. E é isso o que o governador e a assembleia legislativa precisam. O projeto acaba com uma excrecência tributária inconstitucional que é o famigerado IMPOSTO DE FRONTEIRA, que massacra, desde 2007, quando Yeda o criou por sugestão de um líder de entidade empresarial, as micros e pequenas empresas e que está tendo a constitucionalidade votado no STF, com vitória parcial. O ICMS sobre combustíveis, energia elétrica e comunicações, está em 42,85, cairá para 33,33% (mentem dizendo que é 30% agora) deverá reduzir, também, o preço do que pagamos. Mas…

Mas, e o restante?

Pois é, reduzir de 18% para 17,7% o ICMS sobre todos os demais produtos será transformado em “recomposição de margem” pelos empresários, certamente. Aumentar o IPVA de 3% para 3,5% e cobrar de veículos com mais de 20 anos será discutido muito. Há mais impostos com aumento previsto, mas o governo diz que os aumentos compensarão as reduções. Dará muito pano para manga essa reforma tributária, sem dúvidas.

Últimas

Primeira: Certamente, a população não poderá esperar que uma pandemia dessas, que causa tanto impacto na economia e nos empregos, sairá barato para todos, né? E ainda há o que virá no âmbito federal;

Segunda: Incrível, mas ainda há os “sem noção” que dizem que “a imprensa quer fechar tudo e quebrar empresas”. Como “quer quebrar tudo”, cara-pálida, se são as empresas que sustentam, com seus comerciais, as empresas de comunicação?

Terceira: A imprensa – pelo menos 90% dela – dá informações, que podem ou não agradar ao fanatismo político-partidário, mas há muito trabalho de pesquisa da imprensa, ANTES de noticiar e colocando os contrapontos. E só observar isentamente;

Quarta: A politicagem brasileira é até engraçada. Antes não podia destruir máquinas dos predadores da Amazônia. As “OGs” que queriam protegê-la eram “comunistas” e o “brasil não precisava dos investimentos da Alemanha, da Noruega…;

Quinta: Mas, eis que surgem “amigos capitalistas” que ameaçam não mais investir seus TRILHÕES no Brasil e tudo muda. Proíbe-se queimadas e derrubadas da floresta (antes o INPE “mentia” sobre as destruições e tiveram membros defenestrados);

Sexta: E o Mourão, chefe do Conselho Nacional da Amazônia Legal, fala que quer, também, mais fiscalização e a regularização fundiária. É o poder do dinheiro em ação;

Sétima: Enquanto Alckmin – a quem mencionei inúmeras vezes – só agora, décadas depois, é indiciado pela Lava Jato, o Gedel, do apartamento com 52 milhões de reais em dinheiro, vai para “prisão domiciliar”;

Oitava: Depois que o Queiroz e sua mulher também foram para a domiciliar, o Marcola espera sua vez. Brasil acima de tudo!