Atualização foi anunciada na sexta-feira, 26, porém, municípios podem apresentar contestação da decisão até domingo, 28; Amesne acredita na permanência da bandeira laranja

A região de Caxias do Sul teve o seu retorno à bandeira Vermelha no modelo de distanciamento controlado do Estado do Rio Grande do Sul anunciado na sexta-feira, 26. Com isso, a Serra Gaúcha aumenta as restrições para o funcionamento de estabelecimentos do comércio, indústria, entre outros, considerados não essenciais. No entanto, prefeitos e lideranças já se mobilizam para apresentar recursos ao governo, que comprovem que a região possa permanecer na bandeira laranja.

Apesar de manter os indicadores em níveis médios, ou seja, que não obtiveram avanço crítico, a região foi agravada por dois indicadores de incidência de novos casos sobre a população, pela mudança da capacidade de atendimento da macrorregião e, assim, como as demais regiões Covid-19, pelo impacto da alteração para bandeira vermelha no indicador de capacidade de atendimento mensurada pelo Estado como um todo.

Para o prefeito de Bento Gonçalves, Guilherme Pasin, entidades representativas da região já estão mobilizada para construir o material que será encaminhado ao governador Eduardo Leite nas próximas horas. No entanto, Pasin pede que a comunidade seja parceira e colabore com as medidas de prevenção contra a Covid-19. “Temos até segunda-feira para, juntos, todos os municípios, apresentarmos recurso ao comitê de crise do Estado visando a nossa recondução ao patamar da bandeira laranja. E nós faremos isso. Já estamos mobilizando pela Amesne, Corede Serra, UCS e entidades da nossa região. Mas nunca é demais lembrar. O final de semana está aí, o frio chegou e precisamos nos cuidar. A soma dos nossos cuidados é proporcional ao atingimento dos nossos objetivos”, afirma.

O presidente da Associação dos Municípios da Encosta Superior da Região Nordeste (Amesne) e prefeito de Cotiporã, José Carlos Breda, acredita que os dados que serão apresentados no recurso farão o governo do Estado voltar atrás. Breda afirma que os números se movimentaram minimamente, em comparação com os dados da semana anterior. “Pela pouquíssima diferença que temos agora, acredito que um ou outro indicador que for acolhido já poderá reverter essa situação”, acredita

Conforme o presidente da Amesne, o recurso deve ser encaminhado ainda neste sábado, 27, após a checagem de todos os dados feita pelas entidades e a Consulturia em Direito Público (CDP), empresa contratada pela Amesne.

Caso a decisão seja mantida, a bandeira vermelha passa a vigorar na terça-feira, 30 de junho e segue até o dia 7 de julho, quando a nova rodada inicia. A nona rodada do modelo de distanciamento controlado será divulgada na próxima sexta-feira, 3 de julho.

Dados da região de Caxias do Sul divulgados pelo Estado

A região de Caxias do Sul novamente retorna à situação de bandeira vermelha. Apesar de nenhum dos indicadores de velocidade do avanço ter obtido bandeira vermelha ou preta, a região foi agravada pelos dois indicadores de Incidência de Novos Casos sobre a População, pela Mudança da Capacidade de Atendimento da macrorregião e, assim como as demais regiões Covid, pelo impacto da alteração para bandeira vermelha no indicador de Capacidade de Atendimento mensurada pelo Estado como um todo.

Conforme destacado, o indicador de hospitalizações confirmadas para Covid-19 registradas nos últimos sete dias reduziu 14% entre as duas semanas, passando de 88 na semana anterior para 76 na atual. Porém, mesmo que o avanço da doença tenha reduzido na velocidade, os números de internados por SRAG em UTI (de 50 para 62), de internados em leitos clínicos Covid (de 51 para 57) e de internados em leitos de UTI Covid (de 38 para 40) cresceram.

Os indicadores de incidência de novos casos sobre a população – “hospitalizações confirmadas para Covid-19 em relação à população” e “Projeção de óbitos em relação à população” – mantiveram situação de maior risco: para o primeiro indicador, a bandeira manteve-se preta. Para o segundo, passou de laranja para preta, com elevação na projeção de óbitos.

O indicador de leitos de UTI livres dividido pelos leitos de UTI ocupados por pacientes Covid-19, mensurado para a macrorregião, permanece em situação de risco alto, com bandeira vermelha (com 1,88 leito de UTI adulto livre para cada leito de UTI adulto ocupado por Covid na região). Por fim, o indicador da Mudança da Capacidade de Atendimento também se agravou, passando de bandeira amarela para laranja, reflexo da redução de 12% no número de leitos de UTI livres no último dia para atender Covid (de 85 para 75).