Formado principalmente por residências e com a característica de preservar moradores muito antigos, o bairro São Vendelino, em Bento Gonçalves, embora muito elogiado por quem lá reside, também foi alvo de muitas reclamações. O motivo: sujeira e sensação de abandono.
Um dos relatos vem da dona de casa Sandra Coleoni, 57 anos, que reside no bairro há 30 anos. Ela conta que quando comprou o terreno, a rua era de chão de terra e que para conseguir com que o poder público municipal colocasse pedras britas foi necessário um ano de ligações. Entretanto, de acordo com Sandra, a cada chuva, as britas são levadas embora e a rua volta ao estado original. Então, para ser atendida, novamente fica mais um ano fazendo o pedido.
A última vez em que a rua recebeu atenção faz cerca de uma semana, de acordo com Sandra. Porém, afirma que apenas metade da rua foi patrolada. “De tanto ligar, colocaram as britas, mas por que não fizeram o resto? Temos que ficar um ano ligando para a prefeitura e olha a sujeira que deixaram, não limparam nada”, lamenta.
Sandra também relata que recentemente fez o calçamento da casa, porém, não pôde concluir a obra porque no meio do caminho tem um esgoto aberto. “A minha fossa está a céu aberto. A gente vai na prefeitura, liga e não fazem nada e ainda exigem IPTU e calçada. Fizemos tudo certo, mas não temos nem rua. Está uma vergonha isso aqui. A nossa calçada está bonita, mas do que adianta? Queríamos terminar ela”, queixa-se.
“Um bairro maravilhoso, mas…”
A autônoma Aleksandra Bem, 45 anos, reside no bairro desde que chegou na cidade, há 25 anos. Ela define o bairro como sendo maravilhoso para morar, mas afirma que o local está esquecido.
De acordo com Aleksandra, o terreno que fica bem ao lado da casa em que mora, gera grandes incômodos. “A gente sofre com esse terreno. É um verdadeiro lixão, ninguém limpa. Agora no inverno até que não é tanto, mas quando começa a esquentar um pouco, tem rato e todos os tipos de bichos, aqui dentro de casa e na dos vizinhos”, reclama.
A moradora destaca que a reclamação é muito antiga, porém, nenhuma providência é tomada. “É uma reclamação que vem de muito tempo. Se alguém realmente for tomar atitude, tem muito lixo aí no meio, os caminhoneiros ali de cima fazem de deposito, jogam pneu, papel, plástico, tudo. A gente que mora aqui do lado, às vezes limpa um pouco”, afirma.
Outra moradora insatisfeita com a mesma situação é a aposentada Lourdes Pilletti, 62 anos. Morando lá há 42 anos, ela também afirma que o terreno nunca recebe limpeza. “Os caminhões encostam ali e jogam toda sujeira para baixo”, diz.
Outros pedidos
Além da sujeira das ruas e terrenos, maior alvo das reclamações, os moradores também se dizem insatisfeitos com outras situações, como os bueiros, que se encontram entupidos. “Tem uma boca de lobo ali na rua, que está toda trancada, tem até caixa de papelão. Quando chove enche de água e desce nos terrenos”, afirma o aposentado Antônio Putrick.
A moradora Aleksandra também pede um quebra-molas na avenida Alvi Azul, já que afirma ter fluxo intenso de carros em alta velocidade no local. “Tinha que ser feito algo para diminuir isso, porque é uma loucura a velocidade que passam aqui. Final de semana até racha fazem nessa rua. Também já bateram no muro da vizinha e em carro estacionado”, relata.