Localizado na zona leste de Bento Gonçalves, o bairro Conceição cresceu muito nos últimos anos. Com isso, problemas relacionados a falta de infraestrutura, limpeza e segurança também aumentaram. Circulando pelo bairro e conversando com os moradores, é possível perceber que alguns pedidos já são bem antigos.
Na Rua Luís Pedro de Março, por exemplo, em frente a um residencial, existem quatro contêineres, sendo dois específicos para o lixo seco e dois para o orgânico. Nesse trecho, a rua está limpa. Entretanto, não é preciso andar muito para encontrar um cenário diferente, de lixo espalhado pelas ruas e calçadas.
Ainda nessa rua, um dos relatos vem do aposentado Eduardo Machado, que reside junto com a família há 30 anos no local. Ele afirma que para o bairro melhorar, falta mais capricho por parte dos próprios moradores. “Aqui na frente da minha casa, do outro lado da rua, não é minha obrigação limpar e cuidar, mas está limpo porque quase todos os dias eu vou ali varrer a calçada”, conta.
Machado afirma que a maioria dos moradores não tem o mesmo cuidado com a manutenção da limpeza. “Se todo mundo fizesse isso, ajudaria, mas o pessoal não cuida. Alguns ainda limpam um pouco na frente de casa, mas a maioria não tem esse capricho”, observa.
Outro morador incomodado com a situação é o aposentado Vanderlei Natal Gomes. Ele, que mora no bairro desde 1977, afirma o maior problema do local são os lixos jogados. “Quando alguém chega em um bairro, a primeira impressão é essa, vê as ruas cheias de lixo, mas isso são os moradores que fazem, se cada um cuidasse um pouquinho, com certeza seria diferente”, aponta.
Gomes escolheu o Conceição porque na época trabalhava na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) que fica próxima da residência. E, apesar de algumas reclamações, afirma que gosta do bairro. “Da tranquilidade, da vizinhança, conheço quase todo mundo, a amizade que fizemos ao longo do tempo, isso é muito bom”, destaca.
A aposentada Elzira Bergamasche Longhi, mora no Conceição há 45 anos. De lá para cá, afirma que muitas mudanças ocorreram. “Era tudo estrada de chão, a gente colocava bota para ir até a rua Osvaldo Aranha, depois calçava sapato, era banhado aqui”, recorda.
Embora afirme que gosta de morar lá, a opinião de Elzira vai de encontro com a dos vizinhos. “É preciso que todo mundo cuide melhor da frente das casas, mas nem todo mundo faz isso”, conclui.