José Eugênio Farina
Bento Gonçalves está perdendo seus principais baluartes. Nos últimos anos, faleceram muitos dos grandes líderes que pontearam o progresso e o desenvolvimento desta Terra. Nesta quarta-feira, dia 27, um dos nossos mais notáveis capitães de indústria, José Eugênio Farina, o “Seu Geninho”, faleceu. Com 95 anos de idade magistralmente vividos, o Seu Geninho marcou profundamente sua passagem entre todos aqueles que, de alguma forma, tiveram o privilégio de conviver com ele. Fui um desses privilegiados. Que ser humano fantástico! Falar com ele era sinônimo de aprendizado.
Deus estará com ele
A história de vida do Seu Geninho terá que ser contada em livro para que a atual e todas as futuras gerações tenham um grande exemplo a ser seguido, sob todos os aspectos. Não tenho dúvidas de que surgirá alguém que se habilitará a escrever esse livro. Ele sempre insistia com uma frase: “Nas minhas empresas o que importa são os seres humanos”. E não era só uma frase, era facilmente constatado junto aos seus colaboradores. Com seu passamento, José Eugenio Farina deixa Bento Gonçalves sem um de seus filhos mais expressivos. O luto pela sua morte será eterno, certamente. Deus o terá ao seu lado.
Enquanto isso…
Enquanto isso, uma pergunta aflige a todos os brasileiros: o que o futuro bem próximo nos reserva? As mortes causadas pela pandemia que assola o mundo todo recrudescem no Brasil. Aquela que foi qualificada como “uma gripezinha”, “um resfriadozinho”, ceifou mais de MIL pessoas por dia esta semana. Está deixando as nossas “autoridades competentes” sem rumo, sem saber o que fazer. Isolamento vertical? Horizontal? Há quem pense na ECONOMIA. Há quem pense na VIDA. Todos estão com razão. Mas, SEM VIDA, não há ECONOMIA. Sem economia, a vida padece. Que sinuca, meu Deus!
O inacreditável acontece
Mas, apesar de todos esses percalços, quando o lícito seria esperar-se UNIÃO DOS BRASILEIROS na busca de soluções e no combate ao inimigo comum A TODOS, ricos, pobres, miseráveis, políticos, empresários, empregados, desempregados, eis que a tônica são os CONFRONTOS, as agressões, as ofensas, as fake news, enfim TUDO é prioridade, MENOS O CORONAVÍRUS. E por quê tudo isso? Não é difícil de constatar: o bolsonarismo e o petismo-lulismo exacerbado conseguem POLITIZAR tudo no Brasil, desde 2018. E, diariamente, Jair Messias Bolsonaro dá entrevistas ao vivo, na entrada e na saída do Palácio da Alvorada – residência oficial do governo -, alimentando toda a espécie de polêmicas.
Guerra contra a imprensa
Se alguém ainda não percebeu a existência de batalhas diárias entre o presidente e a imprensa é porque vive em Nárnia. Ele declarou guerra contra a imprensa (notadamente contra aquelas que NOTICIAM TUDO o que acontece, sem demonstrações de “chapa-branca”) desde seus primeiros momentos no exercício do cargo. Ele e seus seguidores ACUSAM a imprensa de “distorcer fatos” ou de “mentir” SEM APONTAR NO QUÊ essa imprensa distorce ou mente.
E quem perde
O que ele e seus assessores próximos – inclusive seus filhos – conseguem com isso? Nada, a não ser a divulgação de TUDO o que acontece, até mesmo do que é corriqueiro. Como exemplo, é só observar o caso “cartões corporativos”. Esses cartões, que ele disse que “não gastou um centavo”, já foram alvo de ataques a Dilma Rousseff e agora a ele. Outro exemplo é a constante participação dos filhos – todos políticos – nas redes sociais, com ataques bombásticos a tudo e a todos os que “ousam” divulgar FATOS do governo.
Tudo igual
O que se constata agora – e nem o mais fanático bolsonarista pode fingir que não vê – é o “TOMA LÁ, DÁ CÁ” que Bolsonaro está fazendo, na distribuição de cargos para gente ligada aos partidos políticos do “CENTRÃO” – Composto por PP (40 deputados), PL (39), Republicanos (31), Solidariedade (14) e PTB (12), sendo que PSD (36), o MDB (34) e o DEM (28) também costumam estar alinhados com o grupo, assim como partidos menores, incluindo PROS (10), PSC (9), Avante (7) e Patriota (6).
Imprensa acuada
Inacreditável o que estamos vivenciando. A imprensa está sendo acuada por bandos de idiotas que querem porque querem só ler, ouvir ou ver o que vai ao encontro de suas convicções, por mais absurdas e sem nexo ou relação com a verdade que tenham. E são os mesmos que querem “liberdade de expressão”. Mas, só a deles, mesmo que sem respaldo legal.
Últimas
Primeira: Ouvimos muito sobre o “aparelhamento” das instituições públicas, notadamente comentado pelo ex-candidato a presidente, o indefectível Aécio Neves. No governo federal. Será que, agora, acabou isso? Será que só existiu no governo federal?
Segunda: A pergunta que não quer calar: O procurador da República, Augusto Aras, escolhido por Bolsonaro fora da lista tríplice apresentada pelo Ministério Público Federal, mudou e mudará mais seu comportamento depois de ser um dos “favoritos” a ministro do STF?
Terceira: Quem não assistiu e ouviu a reunião ministerial levada a público na semana passada deve dedicar um pouco de tempo a ela. Só depois de ouvir tudo, na íntegra, é que se pode emitir opinião, senão é palpite político-partidário;
Quarta: Não se ouve mais comentários sobre o Fundo Partidário e o Fundo Eleitoral. Será que os políticos se deram conta de que as despesas de campanha devem ser arcadas por cada candidato e não pelo povo pagador de impostos?
Quinta: Há quem diga que a “pirralha” Greta Thunberg, que doou 100 mil dólares (prêmio que ganhou por sua atuação na defesa do meio ambiente mundial), está esperando muitos mais doadores;
Sexta: Da série “perguntar não ofende”: há quem esteja analisando a água mineral que está sendo vendida? Ela é, realmente, água mineral potável e em perfeitas condições?
Sétima: E o “cassino” financeiro, chamado “mercado”, continua proporcionando diversão aos “riquinhos”. Semana passada, dólar a R$ 5,86. Ontem, dólar a R$ 5,42, módica diferença de 8%. Numa semana. E há quem dê importância a esse joguinho de “interesses”;
Oitava: Como não se ouve, lê ou vê qualquer planejamento sobre a economia pós-pandemia, semana que vem comentarei a respeito. No tocante ao futebol, só os clubes consolidados sobreviverão. Teremos clubes falindo. Quem viver, verá!