Simulador criado por pesquisadores do IFRS e da FURG permite reproduzir diferentes situações da pandemia e mostra como o distanciamento social é determinante para reduzir a curva de casos
Um simulador para análise e previsão da evolução da pandemia de Covid-19 foi desenvolvido por pesquisadores do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) e da Universidade Federal do Rio Grande (FURG). De forma gratuita, os usuários podem realizar simulações específicas de cidades e regiões, a partir de parâmetros inseridos na interface gráfica do software, como número de habitantes, de casos confirmados, de recuperados e de óbitos. Os resultados são apresentados na forma de dados e gráficos.
O software permite simular diferentes situações de controle pandêmico: o usuário pode, por exemplo, informar a limitação de circulação dos habitantes de determinada região e observar que as curvas de evolução dos casos têm uma atenuação. O instrumento foi desenvolvido pelo professor Carlos Rocha, do IFRS, e pelo professor Sebastião Gomes (FURG). O desenvolvimento implementou o modelo dinâmico utilizando ferramentas livres e multiplataforma baseadas na linguagem Python, como Numpy, Scipy, Pandas e Matplotlib.
Segundo os pesquisadores responsáveis (Carlos Rocha, do Campus Rio Grande do IFRS, e Sebastião Gomes, do Instituto de Matemática, Estatística e Física da FURG), o modelo dinâmico apresentou bons resultados na comparação com dados reais de diversas localidades do planeta. Eles explicam que, se os parâmetros forem informados corretamente, o simulador pode dar uma primeira noção sobre a evolução pandêmica para tempos futuros, o que poderia servir como uma parte de um estudo mais aprofundado e específico sobre a pandemia na cidade ou região de interesse do usuário.
A ideia é que o simulador seja utilizado por órgãos públicos como mais uma ferramenta de apoio à tomada de decisão.
Sistema deve receber versão em outros idiomas
Embora o núcleo do sistema seja formado por complexas ferramentas matemáticas, o simulador tem uma interface projetada para facilitar o uso por qualquer pessoa, sem necessidade de conhecimentos em matemática ou computação. Além disso, um painel de ajuda fornece esclarecimentos sobre quais são os dados a serem informados para a simulação ser executada. O simulador tem recursos como exportação de resultados, o que permite usar os dados em outras ferramentas e facilita, por exemplo, a elaboração de relatórios.
A primeira versão disponibilizada ainda está em fase de testes e é voltada para usuários do sistema Windows. Versões para usuários Linux e até smartphones Android estão em finalização e serão disponibilizadas em breve. Estuda-se também oferecer opções em outros idiomas.
O modelo dinâmico que serve de base para a realização das simulações, desenvolvido pelos professores Sebastião Gomes e Igor Monteiro (FURG), possui estrutura simples, e foi adaptado para se aproximar mais da realidade pandêmica atual. A mais importante adaptação foi para incluir a limitação de circulação de pessoas nas equações do modelo, que tem sido a principal medida adotada para o controle pandêmico, tanto no Brasil quanto em diversas regiões do planeta.
Fonte: Ascom IFRS