Há um dito popular, muito antigo, segundo o qual “ser mãe é padecer no paraíso”. Elenca-se, para justificar a assertiva, uma série de circunstâncias que legitimamente põem as mães em dourados pedestais.

Desde os cuidados necessários à gestação, dores do parto, as incontáveis e infindáveis noites acordadas para dar o seio à hora certa e trocar as fraldas nos momentos mais surpreendentes da madrugada, atenção ao mínimo muchocho que pode parecer um choro, gotas de bálsamos para curar dores, acompanhamento dos primeiros passos, lágrimas derramadas com as primeiras palavras pronunciadas, o desespero que antecede ao primeiro dia na escolinha, os sustos com as quedas nas brincadeiras de rua, a preocupação com as saídas noturnas, a desconfiança com os primeiros namoricos, faculdade, casamento…

Deus!

E não é que ser mãe é, de fato, padecer no paraíso?

Somente às mães é dado o direito de compreender o que se passa com os filhos em todos os momentos, em todas as situações, e apenas à elas é dado o direito de opinar sobre angústias, medos e anseios, com a soberania de quem tudo sabe, tudo vê.

E o que dizer dos dias contemporâneos, em que mães de todas as idades se obrigam a aprender, viver e conviver com a tecnologia para abraçar filhos que estão no escritório, na casa ao lado, ou a centenas, quem sabe milhares de quilômetros de distância, por causa da pandemia que atinge a todos, em todo o planeta?

Mães que neste domingo só vão receber um beijo por telefone, por mensagem de vídeo…

Mães que não vão poder sentir o perfume dos filhos e filhas tão carinhosamente cuidados em todas as fases das suas vidas…

Que neste Dia das Mães não vão receber bombons, flores e outros mimos, carinhosamente embalados e enlaçados com fitas cor de rosa…

Ou, pior, mães que sequer serão lembradas, mães que têm seus filhos presos ou mães que sequer os têm mais, porque foram precocemente chamados por Deus.

Viu? Mãe é, mesmo, padecer no paraíso.

Parabéns, pois, a todas as mães desse mundo.