Uma pesquisa realizada pela Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (Movergs) aponta que as perdas entre os meses de março e abril no polo moveleiro podem chegar a 80% do faturamento das indústrias. A expectativa do setor é que a situação volte a se normalizar daqui seis meses, se a situação do novo coronavírus for controlada. Na segunda-feira, 13, 83% dos empreendimentos associados à Movergs haviam retornado com a produção.
Conforme o presidente da entidade, Rogério Francio, um ofício foi encaminhado ao Governo do Estado solicitando o adiamento do pagamento do ICMS, alternativa considerada pelo empresário necessária para a manutenção das atividades do polo. Francio disse ainda que um documento também foi enviado para a Câmara dos Deputados. “No dia 24 de março encaminhamos aos senadores de deputados federais gaúchos uma série de sugestões que consideramos fundamentais para o mantimento das atividades”, explica.
De acordo com a pesquisa, as empresas entrevistadas acreditam que além das perdas que podem chegar a 80% nos meses de março e abril, o futuro é incerto. Como não há um posicionamento e dados concretos sobre a real situação a Covid-19, o mês de maio também gera apreensão aos empresários. Alguns apontam 70% de prejuízos no período. Outros, ainda não conseguem estimar as perdas geradas pelo novo coronavírus.
Indagados quanto à retomada da normalidade, a expectativa de 67% dos entrevistados é de que a situação volte aos patamares considerados normais nos próximo seis meses, enquanto 16% acreditam que em 90 dias a situação volte a ficar tranquila. Alguns empresários se mostraram mais pessimistas e 8% acreditam que poderá se prolongar por 12 meses e outros 8% sugerem que será por mais de 12 meses.
O levantamento mostra ainda informações sobre à possibilidade de retorno às atividades. De acordo com a Movergs, 42% revelaram que todos os colaboradores voltaram às atividades, porém 33% das empresas ouvidas reduziram pela metade sua equipe e os demais estão atuando com 25% da capacidade da sua força de trabalho. Em se tratando de demissões, a estimativa da maioria é que a redução no quadro de funcionários poderá ser de até 30%.
Francio lembra que a indústria moveleira gaúcha estava apresentando uma melhora gradativa mês a mês. “Em 2019 mantivemos uma certa estabilidade e muitas empresas voltaram a contratar. O cenário para 2020 era de otimismo. Cada empresa terá que novamente fazer o dever de casa, como já havia sido feito nos últimos anos, ou seja, reavaliar vendas, gastos, custos, etc. É claro que nenhuma empresa gosta de demitir, mas cada empresário precisará olhar para dentro do seu negócio e replanejar o ano de 2020 dentro das possibilidades. Precisamos da união de forças. Cada um de nós precisa fazer a sua parte, tanto iniciativa privada quanto governo, focando em salvar vidas, mas também salvar a economia, evitando conflitos de interesse político”, revela.
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