Você sabe quais são e como funcionam os testes utilizados no Rio Grande do Sul para confirmar ou não os casos de coronavírus? Todo e qualquer procedimento realizado no intuito de detectar a presença da doença em pacientes suspeitos segue um padrão estabelecido pelo Ministério da Saúde, que inclui desde o isolamento até o envio de amostras de material respiratório para análise. Até a tarde desta quarta-feira, 1º de abril, o Rio Grande do Sul confirmou 306 casos da doença e quatro mortes. No entanto, centenas de exames já realizados aguardam a liberação do laudo final.
Conforme o Ministério da Saúde, para ser considerado um caso suspeito, o paciente apresenta sintomas como febre, coriza, tosse seca e dificuldade para respirar. Também são considerados casos de pessoas que tiveram contato com outros pacientes suspeitos de terem contraído o vírus ou confirmados.
O Comitê Científico no Rio Grande do Sul, responsável pelo condução das diretrizes de apoio ao enfrentamento da pandemia da Covid-19 divulgou um documento sobre os testes de diagnóstico para detectar o novo coronavírus e as defesas do organismo.
No material, a equipe apresenta as diferenças de cada teste, como eles funcionam, quando devem ser aplicados, em quem e quais os procedimentos devem ser seguidos a cada aplicação.
Teste Molecular
Este tipo de procedimento é feito através da detecção do material genético do vírus, chamado de RNA, realizado através de uma técnica conhecida como RTPCR. A coleta é feita geralmente com um cotonete no nariz e garganta. Após, é realizada a inativação do possível vírus e a retirada do material genético. No laboratório, a equipe transforma o material (RNA) em DNA através de um equipamento e prossegue com a identificação genética.
O tempo de execução de todas as etapas desta técnica é em torno de seis horas, se realizada de forma manual, ou em torno de quatro horas, quando automatizada.
Testes Rápidos
Segundo a equipe de saúde estadual, os testes rápidos detectam proteínas e o resultado aparece em aproximadamente 15 minutos. Estes procedimentos podem detectar tanto proteínas do próprio vírus quanto proteínas produzidas pelo organismo em resposta ao vírus, os chamados anticorpos. Até a terça-feira, 31 de março, a Agência Nacional de Viiglância Sanitária (Anvisa) havia aprovado dois testes rápidos do vírus e oito testes para detectar os anticorpos (IgM e IgG).
O teste rápido mais comum detecta se o organismo está produzindo uma resposta de anticorpos (IgM e IgG) contra proteínas do coronavírus. Estes dois anticorpos aparecem entre 10 a 20 dias após a infecção e, por isso, este teste não pode ser usado para confirmar que alguém possui ou não a doença, pois a pessoa pode ter o vírus, mas ainda não ter produzido IgM e IgG. Além disso, como a presença destes anticorpos permanece por muitos dias após a doença, a presença deles não indica que a pessoa ainda esteja com o vírus. Neste caso existe a possibilidade de que ela esteja com algum grau de imunização.
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