Os cuidados e a preocupação da diretoria da Cooperativa Vinícola Aurora com a circulação de caminhões por Bento Gonçalves é constante, tanto durante a safra da uva, quanto fora dela. Afinal, além dos 1.056 associados, a empresa conta com fornecedores e transportadores em movimentação praticamente contínua.
Conforme o diretor geral da Cooperativa, Hermínio Ficagna, em 2018, a Aurora deu um grande passo no seu processo produtivo, quando agiu com coragem e partiu para a primeira fase de investimentos que tratou da ampliação da unidade Vinhedos, inaugurada em 2019. “Muitos até perguntam porque a Unidade Vinhedos? Podemos dizer que o principal fator de termos optado por ela, no portal de entrada para o Vale, foi a existência já de uma das unidades de recebimento de uva e armazenamento de produtos inacabados da empresa. Lá também fica a Estação de Tratamento de Efluentes, que é o cérebro de todo o processo, já devidamente licenciada e preparada para operar em volumes acima da nossa necessidade. Por outro lado, também agimos com o intuito de aumentarmos nossas linhas de produção, uma vez que até esse momento todo o envase ocorre na Unidade Matriz situada na Rua Olavo Bilac, rua esta que é a porta de entrada para o Município e que, dado o volume de caminhões, não comportava mais. Finalizada a primeira parte, passaremos a pensar no desenho quanto a ampliação do recebimento de uvas na Unidade Vinhedos, pois ano após ano, é necessário darmos continuidade nos investimentos, acompanhando a evolução do volume de vendas”, explica.
O Diretor frisa que a nova Unidade, construída na entrada do Vale dos Vinhedos, tem por finalidade o envase do suco de uva, o armazenamento e a expedição dos produtos, sendo que além disso, a parte já existente naquela Unidade exercia e ainda exerce o papel de recepção de uvas comuns a qual continuará operando nos mesmos critérios até hoje praticados.
Para poder contribuir com a mobilidade urbana e melhorar a qualidade da uva, há anos a Aurora vem operando o descarregamento da fruta com sistema de agendamento, isso nas três unidades, em dois turnos (manhã e tarde) e, na Unidade Vinhedos, se necessário, à noite, o que diminui significativamente o movimento de veículos estacionados. “Além do agendamento, há diversos anos a Cooperativa loca um espaço próximo à Matriz (na Tv. Vitória) para que os caminhões, ao chegarem, façam o pré-cadastro e aguardem o chamado para descarga, à medida em que vai abrindo espaço. Isso contribui com a organização e movimentação, diminuindo consideravelmente qualquer entrave no tráfego. Na Assis Brasil, por sua vez, os caminhões se dirigem diretamente para a parte interna da Cooperativa, onde há um pátio para ficarem estacionados, o que não prejudica em absolutamente nada a mobilidade urbana”, enfatiza o Diretor.
Atualmente a Cooperativa possui três unidades de recebimento: Matriz – Rua Olavo Bilac, onde são entregues, em média, 17 milhões de quilos; Unidade 2 – Rua Assis Brasil, que recebe cerca de 38 milhões de quilos e Unidade Vinhedos, na RS-444, onde são entregues aproximadamente 21 milhões de quilos de uva, totalizando entre 65 e 70 milhões por safra.
Em Pinto Bandeira há uma unidade de produção de uvas, onde são produzidas as castas Chardonnay, Pinto Noir e Riesling Itálico, que dão origem aos produtos ícones como Espumante Extrabrut, Vinho Chardonnay e Vinho Pinot Noir as quais estão sob o manto da Indicação de Procedência.
Outro ponto destacado por Ficagna é a parceria profissional com o Município de Bento Gonçalves, dentro da qual cede o material necessário, que já está disposto nas vias de acesso as Unidades de recebimento, com intuito de orientar não só o deslocamento do associado, mas também para guiar a população em geral, sempre dentro da premissa da compreensão de todos para um melhor desenvolvimento do trabalho durante este período.
Safra 2020
A preocupação de todos os produtores com os resultados da safra da uva 2020 vem sendo assunto de inúmeras conversas, o que não é diferente dentro da Cooperativa Vinícola Aurora. “De fato, a safra, em termos de clima, foi um tanto atípica, por ocorrência de diversos fatores como o frio prolongado na época da brotação, excesso de chuva na floração e, mais precisamente, a escassez de água na maturação”, frisa o Diretor que complementa: “Como os associados da Cooperativa Aurora estão localizados em 11 municípios da Serra Gaúcha e, considerando que o volume de chuvas foi diferente entre uma e outra localidade, por obvio tivemos locais mais atingidos pela seca e outros menos. É evidente que o volume de uva será menor, em face de algumas variedades não conseguirem formar o grão no tamanho ideal. Mas podemos considerar uma safra boa, em que o volume ainda dependerá da existência de mais ou menos chuva até o final”, diz ele.
Quanto à graduação, Ficagna observa que as primeiras uvas que chegam a indústria apresentam uma excelente sanidade, com uma graduação excepcional o que possibilitará a elaboração de excelentes produtos. “As últimas chuvas ocorridas nas duas semanas que se passaram, com certeza, embora ainda abaixo do volume mínimo necessário, darão um alivio ao produtor”, finaliza.
Foto: Cooperativa Vinícola Aurora / Divulgação