O contraponto do presidente
LULA saiu da cadeia, pediu emprestado o avião do HUCK e saiu por aí, começando pelo Nordeste. Foi hostilizado e recolheu-se. O povo brasileiro não perdoa a roubalheira e ponto. Especialmente porque o dinheiro é dele (povo) e ainda não foi totalmente devolvido. Bolsonaro, o MITO, aproveitou a deixa e, cantando Luiz Gonzaga, “minha vida é andar por esse país porque assim eu me sinto feliz” está indo ao encontro do povo, com grande respaldo: não há mais gente roubando o país; Ministro Guedes está “segurando o rojão”; o Exército dá suporte mantendo a ordem e autoridade; deu um “para-te quieto” aos filhos, que agora são os únicos responsáveis das besteiras que possam dizer ou falar; o Congresso Nacional, de quem pouco se ouve falar, desgastado, trata de cumprir seu papel com ausência de protagonismo político que tanto mal fez ao país.
A vinda a Bento
O resultado político das eleições da Argentina eram importantes para o Brasil. Bolsonaro torcia para que ganhasse a Direita, ganhou a esquerda com a volta do Peronismo ao Governo. As relações, que já eram difíceis, vão se complicar em termos de Mercosul. No Paraguai, com quem brigamos até ontem por causa da Itaipu, o governo é direita e, no Uruguai, a esquerda foi derrotada. Bolívia e Venezuela, pobrezinhos, dependem de ajuda, nada podem contribuir para a Mercosul, são só consumidores, destaque para a Bolívia de quem compramos o gás. Assim é que Bolsonaro resolveu: dar uma força para o Presidente derrotado da Argentina, o bilionário Macri; reafirmar seus laços com a direita do Uruguai, Paraguai e, dar sustentabilidade à liderança do Brasil. “Vamos reunir a turma do Mercosul para uma conversa? – disse para sua assessoria”. “Onde?”, perguntaram. “Lá no Sul” deve ter sugerido ONIX, que tem laços com Bento Gonçalves e está bem informado das ações e mazelas da aldeia. “Olha Presidente, Bento Gonçalves está em ascensão no cenário do Enoturismo, não tem estradas, não tem aeroporto, mas isso se dá um jeito, se aproveita para fazer uma operação de guerra e pronto”.
“Esclarecendo melhor, Presidente, tem coisas a fazer em Bento: retribuir o carinho e confiança que o eleitorado lhe depositou com extraordinária votação; vamos dar uma grana para a UPA e para o Tacchini que estão precisando; vamos distribuir umas verbas para melhorar as coisas na região; vamos reafirmar o conceito de denominação de origem do Vale dos Vinhedos; utilizar a infraestrutura do SPA DO VINHO que precisa de um empurrãozinho de conceito, abraçar a Vinícola Miolo que precisa dar um alô para a VALDUGA e seus valiosos produtos exemplares, reunir o mundo do vinho e as lideranças da região e, “SE ATIRAR NOS BRAÇOS DO POVO”. E, de quebra Presidente, deverá vir agrados, como plantar umas vinhas, comer na santa humildade dos imigrantes – nada de camarões, lagostas, vinhos importados, essas coisas – e, Presidente, à noite, na sua volta o Senhor poderá assistir, no Maracanã, o jogo do Flamengo (o Presidente é Flamengo, eu sou Vascaíno mas sei o hino do Flamengo: “uma vez Flamengo, Flamengo até morrer, Flamengo sempre hei de ser…”) contra o Avaí, não vai ter vaia, vai ter aplauso, a torcida vai entender sua mensagem: ‘tamo junto’. E assim se fez, com o que todos ficaram felizes; o povo, o Prefeito, as lideranças. A vinda do Presidente a Bento foi uma “festa”, a reunião do Mercosul foi apenas um detalhe.
Os preparativos
Eu sou roedor de unhas e meus pés tem unhas encravadas pelas “chuteiras de pedra”, que usei na juventude. Assim, de vez em quando, vou tratá-las. Era dia de Bolsonaro eu estava em um Salão fazendo as unhas, ou que restava delas – o INTER é o responsável, não ganha mais de ninguém. Tinha um jovem cortando o cabelo, um corte que durou uma eternidade, afinal ele iria integrar a parte artística de agrado ao Presidente, inclusive dar a mão ao Presidente. Emoção no ambiente, de repente alguém disse: “o Presidente Geisel também veio a Bento, ele é de Bento”. Uma pessoa presente, jovem, perguntou olhando pra mim “quem é o Geisel”? Eu expliquei nos mínimos detalhes: foi quem deu o dinheiro para a construção do novo estádio do Esportivo, via Deputado Darcy Pozza, e também determinou a construção do prédio do Banco do Brasil. Geisel queria uma construção de 4 andares, Pozza insistiu e conseguiu 8. Sobre a construção do novo estádio “lá nos confins do diabo”, na época ficava lá, me lembro de ter cobrado de Darcy “pô Darcy, dinheiro do povo para a construção de um estádio de futebol deste tamanho? Resposta dele: Henrique, se eu não pego esse dinheiro vai para outro lugar, para o Nordeste, é certo”. Não falei mais.
Depois das explicações que dei eu ainda arrematei, “daqui uns anos, assim como tu não sabe de Geisel, ninguém vai saber de Pasin, assim como poucos jovens podem avaliar quem foram nossos grandes líderes. De galeria de fotos está cheio por aí, mas um museu da imagem e do som, não temos, aliás, problema que não é só nosso. Vejam que, estive na Itália e, em Genova, depois de ter visitado o pavilhão do Porto de onde embarcaram nossos imigrantes, inclusive meus bisas, fui circular pelo Centro, arquitetônico, histórico e belo. Cruza esquina daqui, dali e, de repente, nos vimos diante de uma concentração popular expressiva. Parei para ver do que se tratava, tinha umas 500 pessoas, professores não eram, portando cartazes de apoio e, lá no palco, uma enorme faixa, símbolo do encontro, dizia: “POVO SEM MEMÓRIA É UM POVO SEM FUTURO”. Ponto.
Bem, no dia seguinte, no rescaldo da visita do Presidente, meu desejo íntimo foi de que me agradaria ter a visita de um Presidente uma vez por ano e, a constatação, de que o abraço do povo ao Presidente, um Presidente sem muitas ressalvas, é o abraço de esperança, de agradecimento por ter feito um “saneamento básico no país”; por ser verdadeiro e transparente, qualidades de poucas lideranças políticas. Tenho certeza, vai ter gente que vai demorar para lavar as mãos e vai ter dono de papagaio ensinado o Louro a dizer “BOLSONARO É MITO”. Falou Rico! Meu avô, cujo codinome era RICO, Getulista como poucos, se estivesse vivo certamente aplaudiria Bolsonaro. Esta coluna é baseada em fatos reais, se tudo não foi assim, bem que poderíamos fazer um filme dizendo que foi assim. Lembram de “O MECANISMO”?