Integrantes das delegações dos países do Mercosul participam na tarde desta quarta-feira, 4 de dezembro, no Vale dos Vinhedos, em Bento Gonçalves, para participar da 55ª Reunião do Conselho do Mercado Comum, em nível ministerial. Estão presentes, o embaixador e Ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, embaixador do Paraguai, António Ribas Palácios, Rodolfo Nim Novoa, chanceler do Uruguai e Jorge Faurie, embaixador da Argentina.
Ao abrir a reunião, Araújo afirmou que o governo federal está trabalhando para que o Brasil volte a produzir e oferecer melhores condições de emprego, renda e vida à população.
“Saímos da caverna e passamos a ver a luz do sol”, afirma embaixador brasileiro
Segundo o chanceler, para que o Brasil volte a crescer, é necessário que haja um forte combate à corrupção e que o país não “retorne à caverna”. “Estamos combatendo a corrupção, compromisso com a democracia e o estado direito. Vamos aproveitar todo o potencial da economia brasileira, os entraves do comércio. Estamos convictos de que o Mercosul é parte fundamental para este novo momento”, afirma. “O Mercosul deixou de ser um freio para se tornar um acelerador. As pessoas se deram conta de que o Mercosul pode gerar emprego e promover a abertura ao mundo que os brasileiros desejam. Apagou-se a memória do Mercosul protecionista, ineficiente, retórico. Saímos da caverna e passamos a ver a luz do sol”, ressaltou o embaixador ao falar sobre as reformas realizadas pelo governo quanto à previdência, trabalho e tributária e na confiança dos investidores internacionais. Segundo Araújo, há expectativa de que o Brasil cresça cerca de 2,3% na economia em 2020.
Na tarde desta quarta-feira, 4 de dezembro, os representantes dos países finalizarão os detalhes dos acordos que deverão ser assinados pelos presidentes dos países que chegarão em Bento na quinta-feira, 5 de dezembro, para a reunião que ocorre a partir das 11h. A Cúpula do Vale dos Vinhedos encerra a presidência semestral brasileira (PPTB) do Mercosul.
Cúpula do Vale dos Vinhedos encerra a presidência semestral brasileira do Mercosul
A Cúpula do Vale dos Vinhedos encerra a presidência semestral brasileira do Mercosul. Durante a cúpula, a presidência pro-tempore será transferida para o Paraguai. Durante a presidência brasileira, o Mercosul reafirmou seu pleno compromisso com os valores democráticos e reforçou sua “vocação original para o regionalismo aberto [para outros blocos econômicos] e buscou adotar um enfoque pragmático, com resultados concretos para os cidadãos”, segundo o secretário de Negociações Bilaterais e Regionais nas Américas, embaixador Pedro Miguel da Costa e Silva.
Deverão ser adotadas, durante a Cúpula, declarações presidenciais sobre desenvolvimento sustentável, turismo e combate a ilícitos transnacionais e à corrupção. Em 2018, o Brasil exportou US$ 20,83 bilhões para o Mercosul e importou US$ 13,37 bilhões, com um superávit de US$ 7,46 bilhões.
O que poderá ser firmado na Cúpula
Entre discursos e posicionamentos, alguns acordos que estão finalizados poderão ser firmados entre os países do Mercosul. Confira:
- Acordo para a Proteção Mútua de Indicações Geográficas dos Estados Partes do Mercosul;
- Acordo de Alcance Parcial para a Facilitação do Transporte de Produtos Perigosos;
- Acordo de Administração Fiduciária Mercosul-Fonplata;
- Acordo sobre localidades fronteiriças vinculadas – saúde, transporte, identidade;
- Acordo sobre reconhecimento recíproco de Assinaturas Digitais;
- Novo Anexo sobre Serviços Financeiros do Protocolo de Montevidéu sobre Comércio de Serviços.