Embora a queixa não seja novidade, os moradores do distrito de Faria Lemos, interior de Bento Gonçalves, continuam com um pedido que consideram no mínimo justo e necessário: a melhoria das estradas onde moram e circulam diariamente. Como na localidade a maioria dos residentes são agricultores, a proximidade da época de safra da uva faz com que a necessidade de boas estradas aumente ainda mais.
Essa semana, a reportagem do Semanário circulou por grande parte das estradas do distrito. Algumas, em boas condições. Outras, quase intransitáveis. Conversando com os moradores, os relatos são de poucas esperanças para o atendimento das demandas. O agricultor Alcir Malgari contou que o abandono é tanto, que ano passado, por não conseguir apoio da subprefeitura, ele mesmo precisou arrumar a estrada do local onde mora, com recursos próprios. “O subprefeito falou que era para eu colocar o meu trator para arrumar e eu fiz isso. Fiquei mais de um dia puxando terra para cima com a caçamba do trator e arrumei o principal para poder colher uva”, relembra.
Embora recentemente tenhamos passado por um período de chuvas intensas, que pioraram as condições de todas as estradas, Malgari frisa que o problema já vem de muito antes. Questionado se fazem contato com a subprefeitura para fazer a solicitação das melhorarias, o agricultor conta que não adianta. “Falam que vão vir, mas não vêm, acho que esquecem”, opina.
Outra reclamação dos moradores é que, ao solicitar para a subprefeitura que o serviço seja feito, a alegação é sempre a mesma: máquinas quebradas. Inácio Salton, agricultor, conta que a explicação dada é essa. “A gente reclama com o subprefeito seguido, mas ele sempre fala que a patrola está quebrada. Talvez a manutenção não seja bem feita”, aponta.
Essa situação também foi relatada pelo vereador Agostinho Petroli, que diz não entender porque o maquinário está em manutenção com tanta frequência. “As máquinas estão sempre quebradas, mas o motivo não sei e fica uma incógnita para mim. O poder público municipal demora para consertar as máquinas, geralmente leva três, quatro dias, até uma semana e logo já estão quebradas de novo. Teria que ter uma averiguação pois não estão consertando direito ou fazendo mau uso”, analisa.
O que diz a subprefeitura
O subprefeito de Farias Lemos, Janquiel Cristófoli, relatou que as últimas chuvas causaram muitos danos, mas que os trabalhos de reparo já estão sendo feitos, começando por onde passa o transporte escolar. “Estamos dando prioridade para onde passa a van escolar para não prejudicar as aulas da escola que temos aqui. Após isso, vamos trabalhar nas estradas de produção, no caso da uva e de variedades que tendem a vir mais cedo”, afirma.
Sobre a quebra de maquinários, Cristófoli diz que é feito uma manutenção preventiva. “Às vezes temos que guardar uma máquina, mandar para o conserto antes de acontecer algo pior, mas apenas o normal de qualquer máquina pesada”, diz.