O que era para ser um edifício de alto padrão no centro da cidade acabou se transformando em uma obra abandonada que vem causando dor de cabeça para quem reside próximo à Ramiro Barcelos, 148. Ali deveria existir o Residencial Elide Tonello, mas o que se vê é o primeiro andar de uma construção que está parada há quatro anos. A grande reclamação da vizinhança é que moradores de rua e usuários de drogas estão ocupando o espaço há cerca de cinco meses.
Em frente à obra, que está cercada por tapumes, tem uma igreja, que passou a contar com um esquema de segurança durante a noite. “Agora está uma movimentação muito grande. Faz uns 15 dias que começou aumentar o número de pessoas que moram no local. Eles usam drogas e pedem dinheiro”, afirma um vizinho.
De acordo com testemunhas, a Guarda Civil Municipal (GCM) esteve no local há cerca de um mês, onde teria encontrado artigos furtados e conduzido algumas pessoas para a Delegacia de Polícia Civil. Mas a prefeitura não não confirma a versão dos moradores. Um homem que reside próximo à construção diz que entrou no prédio no dia que os agentes estiveram lá, quando havia cerca de seis invasores.
Camila da Rosa, que trabalha em uma loja próxima ao endereço, ressalta que eles ficam pedindo dinheiro quando há mais movimento. “Não são violentos. São as pessoas que moram ali e são várias. De manhã, eles ficam deitados no chão”, diz. Uma senhora, que reside no bairro, relata que o principal problema é o barulho durante a noite.
Na madrugada do dia 11, sexta-feira, conforme relatos, dois homens bateram em uma mulher e a despiram na rua. Os vizinhos puderam ouvir os gritos. Segundo informações, os três seriam invasores.
O que dizem os órgãos oficiais
A reportagem esteve no local na tarde da quarta-feira, 23. No momento da visita, havia algumas roupas estendidas. Na mesma noite e na manhã seguinte, policiais do 3º Batalhão de Policiamento de Áreas Turísticas (3º BPAT) realizaram uma visita à obra. De acordo com o comandante do 3º BPAT, tenente-coronel Paulo César de Carvalho, só foi encontrado um casal de moradores de rua, que não representa riscos. Ele oficiou a prefeitura sobre a situação.
A assessoria de comunicação da prefeitura, sobre a ação da GCM, diz que o posicionamento oficial é o da BM. O diretor do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano (IPURB), Vanderlei Mesquita, ressalta que a responsabilidade pela obra é do proprietário do terreno. Segundo ele, os responsáveis já foram notificados.
Foto: Elisa Kemmer