Ao longo da última semana, cerca de 970 crianças dos quartos e quintos anos, de Bento Gonçalves e região, participaram da ação promovida pela estatal com o intuito de aproximar escolas e alunos da pesquisa; em sua 17ª edição, evento teve como tema a bioeconomia
Olhares curiosos e um sorriso estampado em cada rosto. O sucesso da experiência do Programa “Embrapa e Escola” pode ser lido no semblante de cada uma das centenas de crianças que, anualmente, têm a oportunidade de vivenciar a ciência além das classes da escola. Em sua 17ª edição, o evento que ocorreu entre os dias 21 e 25 de outubro, contou com a presença de aproximadamente 970 alunos do quarto e quinto anos, de 23 escolas da rede pública e privada de Bento Gonçalves, Pinto Bandeira, Santa Tereza e Garibaldi.
Integrado ao maior evento de divulgação científica do país, a 16ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, com promoção do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTI), o programa “Embrapa e Escola” deste ano teve como temática “Bioecomia: diversidade e riqueza para o desenvolvimento sustentável”. “Cada ano adaptamos as estações do conhecimento para se encaixar no tema do MCTI. Em 2019, a organização foi mais tranquila, pois o assunto está dentro de nosso trabalho de pesquisa científica agropecuária”, pontua a coordenadora do Programa, Silvana Buriol.
Em seu sexto ano à frente da coordenação, ela comemora o retorno e a participação dos alunos. “Eles saem daqui empolgados, levam o que aprenderam para casa e contam aos pais. Outra coisa que notamos, é como essa atividade desperta a curiosidade e, quem sabe, a vontade de ser um futuro cientista”, exalta.
O mundo da uva e do vinho
À frente da “Estação entomologia”, que apresenta aos pequenos a importância da polinização para as plantas, bem como o papel dos insetos no meio ambiente, a pesquisadora da Embrapa Vânia Ambrosi assinala que, muito além do aprendizado da ciência, a possibilidade de oportunizar aulas fora do padrão por si só já auxilia em um maior interesse das crianças pelo tema. “Sempre opto por tirá-los de dentro de ambientes fechados e mostrar a natureza. É mais fácil para explicar, eles conseguem visualizar, entendem melhor e participam mais”, avalia.
Em sua quinta edição seguida, a professora do quarto ano do Colégio Medianeira, Solange Nichetti Miotto, destaca a importância de aproximar os alunos do mundo da “uva e do vinho”, em uma cidade onde o tema é representativo não só na economia, como também na cultura. “Eles ouvem falar da uva e vinho, mas não com a profundidade que aprendem aqui. Quando vivemos em um município que leva a alcunha de ‘Capital do Vinho’, é bom que eles aprendam sobre, que possam compreender a importância e como tudo é feito”, sublinha.
Para além do contato com a natureza e do aprendizado, a aluna do quarto ano Valentina Bertolotto Pessotto, de 10 anos, diz, para o riso das colegas de classe, que o mais lhe chamou a atenção foi a degustação de uvas e sucos desenvolvidas pelos pesquisadores da estatal. “O que mais gostei foi da Vitória”, conta, se referindo a uma das espécies apresentadas.
A Vitória também foi a favorita da também aluna do quarto ano Laura Giacomello, que além da degustação, gostou da “Estação Microbiologia”.“Aprendi que há muitos tipos de leveduras que podem fazer bem e outras que podem fazer mal”, conta.