O Caldeirão Político
Quando o Prefeito Pasin declarou aberta a temporada de procura do candidato ideal para concorrer à sua sucessão, todos os seus “Apóstolos” começaram a cantar aquela música de Paula Toller “Porque não eu?”. E brotaram candidatos de todos os lados, para todos os gostos e com todos os perfis. O “queridinho” do Prefeito era Virissimo, acho até que continua sendo, mas o “queridinho” atual é Diogo Siqueira, ex-Prefeito de Santa Tereza e atualmente Secretário da Saúde. Os dois são pessoas respeitosas. Pasin, ainda traumatizado com as encrencas que teve com César Gabardo, com quem rompeu no passado, quer alguém como Prefeito que tenha trânsito, diálogo e que não concorra, mas case com seu pensamento político e crie um clima de apoio à sua ideia de concorrer a Deputado. Nesse processo atravessou o conceito de que nenhum dos dois se elegeria, levando em conta ainda que Diogo é do PSDB e não do PP. Carlos Perizzolo, Presidente do PP (falo porque isso é do domínio público) teria procurado Paulo Caleffi, e o convidado, sob a alegação de que “o partido não tem candidato a Prefeito com possibilidade de sucesso”, para ser candidato a Vice de Virissimo. Soube ontem que também seria possível sua candidatura na cabeça de chapa, com Veríssimo de Vice, no que eu não acredito. Pasin, ao meu ver, entende, acho que está correto nisso, que o difícil não é ganhar a guerra, mas sim sustentar a vitória. Caleffi é um homem de ideias próprias, personalidade forte, convicto, dificilmente dividiria “delicados” com Pasin. Perizzolo quer unir, Pasin quer um Prefeito que “lhe caia bem”. Na verdade Pasin está “Procurando Nemo” com a “Lanterna de Diógenes”.
Os candidatos
Não vou analisar os candidatos do “Porque não eu?”, talvez o faça mais adiante. Vou me concentrar, por hora, nos candidatos mais fortes, com estrutura partidária conquistadora de votos: o candidato do Prefeito Pasin está entre Virissimo (PP), Siqueira (PSDB), Aido Bertuol (PSDB). Paulo Caleffi, do PSD, que está em rota de colisão com o Presidente Zanella, que apoia Pasin, tem um patrimônio eleitoral de 19 mil votos em Bento conquistados como candidato a Deputado Federal. Caleffi, então, deve estar naquela fase de não saber se “casa ou se compra um burro”. Por enquanto pensa, em novembro, suceder, por 4 meses, como Deputado Federal Suplente, o Deputado Danrlei de Deus. Vai encontrar o Congresso em recesso, funcionários em férias, Brasília deserta, mas será Deputado Federal mesmo que seja Capitão de “um navio abandonado” (Brasília). O detalhe é que Caleffi, ao assumir, terá declarado casamento com a “Armada Britânica” cujo Capitão do Navio BENTO MARAVILHA é Zanella, o que preconiza, logo ali adiante, um divórcio eminente, até porque terá que “engolir” Zanella e aceitar a proposição de Perizzolo. Assim é que há uma possibilidade de Caleffi trocar de partido. Essa dúvida atroz deverá transferir as profundas olheiras de Pasin para Caleffi.
Gabardo – Gabrielli
César Gabardo não encontrou, como Vice de Pasin, um clima de “Marcelino pane e vino” mas sim um clima de “qua comando mi”. Divergiu, brigou, defendeu seus conceitos políticos e sua visão de administrar. Saído da Prefeitura, reorganizou o MDB, lançou-se candidato a Prefeito e conquistou 11.600 votos. No universo eleitoral de Bento hoje, representariam uns 16 mil votos, talvez. Fez uma retirada política estratégica. Reorganizou seu escritório de advocacia, comprou um valioso imóvel histórico em frente ao Shopping Bento, investiu em uma grande e exemplar área de terras em que implantou um modelar Olival em Bagé, renovou o guarda roupa (?), examinou e reciclou o linguajar de seu vocabulário político e anunciou, lá de Nova York, “estou voltando”, mas fazendo a ressalva: “desde que condições ‘climáticas’ (?) sejam favoráveis”. O passo inicial de Gabardo é voltar à presidência do partido, em mãos do ex-Prefeito e candidato a Deputado Estadual, com 15 mil votos em Bento, Alcindo Gabrielli, que pensa em voltar a ser Prefeito. É briga de “cachorro grande”, não arrisco palpite, um dos dois sai candidato, ou os dois, com Gabrielli trocando de partido ou César desistindo porque “pode chover”. Coligação com o PP? Nem pensar. Com o PSB de Caleffi? Nem pensar. Com o PDT de Piva? Até pode ser mas, quem seria o candidato a Vice?
Juarez Piva
O PDT de Ceará Nobre está sempre sensível ao “canto da sereia” (Pasin). Numa linguagem namoresca diria que “estão ficando” politicamente. Os Vereadores do PDT gostam de “benesses”, por outro lado seguem a filosofia de seu líder espiritual, o Deputado Federal, ex-Presidente da Assembléia Gaúcha, Marlon Santos, 4.000 votos em Bento. Juarez Piva, líder emérito nas causas sociais, reciclado, retemperado, lições políticas assimiladas segundo ele, volta a ser candidato com o apoio da mulher, D. Marelise, que afirmou “vamos com tudo”. Evandro Speranza, candidato a Deputado que fez 2.101 votos em Bento, está retornando ao partido e pensa em ser candidato. Duvido que seja. Há também o Vereador Camerini que, embora tenha conquistado a antipatia de toda a classe política de Bento, lembra do fenômeno Trump nos Estados Unidos (assistam a história na Netflix) e de Lunelli em Bento. E do ditado “de onde menos se espera daí mesmo que não sai nada” ou “de onde menos se espera daí pode sair alguma coisa”. O que eu acho? Camerini vai voltar para o PT e ser candidato a Prefeito. O trabalho de articulação política incansável de Piva, vai ter que patrolar. Mas ele não estaria nessa novamente se não tivesse “confiança no taco”. Deve ser Piva o candidato do PDT.
O Mecanismo
Assistiram o filme? Pois com o enredo acima descrito e, com os personagens do primeiro e segundo escalão da política de Bento, e mais os Apóstolos de Pasin, eu faria um bom filme. Contrataria um bom produtor, diretor ninguém seria melhor do que eu (hehehe), tentaria a CRIARE como patrocinadora. Sem dúvida bateria O MECANISMO. Acabou o espaço, eu ia falar da “falida e vergonhosa” IBRAVIN, mas fica para a próxima. Hoje eu assino embaixo do meu próprio enredo. Bye.