Buscar incessantemente por um emprego e madrugar na fila de empresas em busca daquela tão sonhada oportunidade ainda faz parte da realidade de muitas pessoas. Entretanto, dados cedidos pelo Sistema Nacional de Emprego (Sine) de Bento Gonçalves, apontam que o primeiro semestre desse ano apresentou uma significativa queda no total de atendimentos realizados no local.
Um comparativo realizado entre o período de janeiro a junho de 2019 em relação ao mesmo período de 2018 monstra que a demanda de pessoas que foram até o Sine em busca de uma vaga reduziu em 20%, ou seja, foram 3.170 atendimentos realizados a menos que no ano anterior.
De acordo com Sandro Castagnetti, Coordenador da Agência FGTAS/Sine, essa queda está atrelada a diversos fatores, dentre eles, a redução de vagas oferecidas; ao período do ano e aos desalentados, que são as pessoas que desistiram de procurar um emprego, optando por trabalhar de forma autônoma. “Às vezes é sazonal, depende das safras, como por exemplo os haitianos que vem até aqui, quando tem a colheita da maça eles vão para Vacaria”, explica Castagnetti.
Embora pequeno, o número de vagas captadas também sofreu redução. Nos primeiros seis meses de 2018 o Sine ofertou 580 vagas, enquanto esse ano, nesse mesmo prazo, foram disponibilizadas 537. Segundo Castagnetti, o motivo está relacionado ao momento político econômico que o país vive, “de não conseguir prosperar e nem se encontrar por conta de todas as turbulências políticas que acontecem”, afirma.
Durante o primeiro semestre do ano passado, o Sine encaminhou 2.685 pessoas para vagas de emprego, enquanto esse ano foram realizados 2.278 encaminhamentos, tendo uma redução de 407 ao todo. Já o número de colocações, ou seja, de pessoas que conseguiram efetivamente o emprego por meio do Sine, também reduziu. Ano passado foram 330 pessoas, enquanto esse ano, 245. Requisições para o seguro desemprego diminui em 401 do ano passado para cá. “Uns vão para a informalidade, outros abrem o próprio negócio, porque não têm empresas contratando, e as pessoas têm que trabalhar. O seguro desemprego acaba, a pessoa não se coloca em nenhuma empresa, então vai para a informalidade, para aquele número dos desalentados, que não querem mais saber de procurar emprego, que procuraram e não encontraram”, relata Castagnetti.
Também de acordo com o coordenador, a faixa etária predominante de pessoas que vão até o Sine vária entre 30 a 40 anos. E o maior empecilho na hora de conseguir o encaminhamento para a vaga está na falta de qualificação profissional. “Existem pré-requisitos que a empresa exige, por exemplo, segundo grau completo, nível superior, experiência de determinado tempo. O que acontece na maioria das vezes é de as pessoas estarem sem experiência, sem o segundo grau completo, então eu não consigo encaminhar”, explica Castagnetti.