Dom José Gislon, novo bispo da Diocese de Caxias do Sul presidiu na manhã desta segunda-feira, 15, uma celebração com cerca de 80 sacerdotes no Santuário de Nossa Senhora do Caravaggio, em Farroupilha. O encontro, que teve início às 9h, marcou o início do processo de transição do sucessor de Dom Alessandro Ruffinoni, além do encontro com padres da região. A solenidade de posse canônica de Gislon ocorre no dia 8 de setembro, na catedral de Caxias do Sul, a partir das 15h30min.
“Foi um dia marcado pela graça de Deus. Conhecer o rosto dos padres, ver tantos testemunhos bonitos de padres que têm uma vida dedicada ao serviço do Evangelho. Alguns padres têm mais de 60 anos, há padres jovens, de meia-idade, seminaristas que estão no processo de formação. Hoje foi o momento de conhecer o rosto dessa realidade que vai estar muito próxima do bispo diocesano. Essa realidade que pede também paternidade, relação ao clero diocesano. O padre precisa também ser cuidado e animado, para que não desista desse ideal de vida”, contou o bispo.
“A nossa missão como sacerdotes é sermos sinal de vida no mundo de hoje, da presença de Deus que alimenta a caminhada do povo. Mesmo diante de tantas dificuldades, devemos ser homens da esperança, da gratidão, do anúncio do reino de Deus. É pelo testemunho de vida e da palavra. Às vezes, queremos ter atitudes de enfaixar as feridas sem curá-las. Mas precisamos, primeiro, curar as feridas para depois enfaixá-las. Nós, padres, precisamos ter as dores enfaixadas com a ternura e misericórdia de Deus para poder curar o nosso povo”, afirmou.
Essa não foi a primeira experiência de Dom José Gislon no Santuário, já que conhece o espaço desde que ordenado, em 1988, quando participou de uma missa celebrada pelo então bispo Dom Benedito Zorzi. Dom José Gislon acredita que seu trabalho na Diocese deve ser reflexo do que o Papa Francisco ensina: uma igreja em saída, que se aproxime da comunidade e evangeliza em cada gesto. “Que possamos falar às nossas crianças, jovens, famílias, à realidade do mundo empresarial e da cultura, de uma sociedade que às vezes se fecha para as coisas de Deus. Que saibamos bater na porta do coração das pessoas com amor, paixão e ternura”, ensina.
Sobre o novo bispo
Dom José Gislon é catarinense, tem 62 anos e foi nomeado bispo pelo Papa Bento XVI em junho de 2012. Entre tantas impressões que o religioso já sustenta do povo da Serra Gaúcha, ele encontra uma familiaridade: a formação da cidade de Erechim, onde atua há sete anos, e de municípios serranos têm, em comum, a forte influência da colonização italiana. “Em Erechim, a comunidade é 67% de influência italiana, e há muitas famílias que chegaram da Serra para povoar a cidade. Então são pessoas com muita proximidade com a fé, que já carregam a devoção, mas que também sofreram as mudanças da sociedade em relação com a fé. Penso que dentro do coração de cada pessoa há uma luz divina que está sempre acesa. E, como bispo ou sacerdote, precisamos colocar combustível para abastecer essa fé do povo de Deus”, afirma.
Ele substituirá o atual bispo italiano Dom Alessandro Ruffinoni, que precisou enviar carta de renúncia ao completar 75 anos, idade estabelecida no Código de Direito Canônico para que o bispo apresente sua renúncia ao Papa. A informação de que o atual bispo da Diocese de Erechim será o novo bispo da Diocese serrana foi divulgada no dia 26 de junho.
Fotos: Divulgação