Quando estava em campanha política, José Ivo Sartori prometeu, solenemente – e eu vi e ouvi, como milhões de gaúchos – que não iria aumentar impostos e também que iria acabar com o absurdo, desgraçado, estúpido, inconstitucional e ilegal (e desafio alguém me provar o contrário) Imposto de Fronteira, cobrado das micros e pequenas empresas que compram produtos de outros estados para comercializarem. Achei que iria, mesmo, cumprir, quando vi que um dos principais adversários desse imposto seria Secretário da Fazenda de Sartori. Tive mais certeza ainda quando o Partido Progressista, do deputado Frederico Antunes, se aliou a Sartori para ganharem a eleição. Certamente, todos os micros e pequenos empresários do Estado, que são os maiores empregadores, pensaram que se veriam livre do ilegal Imposto de Fronteira.

O que que é isso, governador! II
Então, tudo era uma questão de tempo, ou seja, bastaria ele assumir o governo e a lei aprovada pela Assembléia
Legislativa que acabou com o Imposto de Fronteira seria referendada por ele – coisa que Tarso Genro também prometeu fazer – imediatamente. Mas, a exemplo de Tarso, jogou sua promessa n o lixo, com o aval do seu Secretário.
Acabou? Não! Os micros e pequenos empresários serão penalizados novamente. Sartori conseguiu aprovar na Assembleia, por 27 votos a 26, um aumento generalizado do ICMS, passando a alíquota de 17% para 18%, “brindando” esses empresários com um aumento de 20% – vinte por cento – no Imposto de Fronteira. Sim, porque ele passará de 5% para 6%. O que que é isso, Governador?

E agora?
Bem, agora só resta aos micros e pequenos empresários unir-se em torno de entidades empresariais que, realmente, os defendam (sim, porque muitas delas só querem saber de cobrar as mensalidades dos micros e pequenos empresários) perante os tribunais superiores. Tentar barrar essa cobrança ilegal e imoral é o mínimo que podem fazer essas entidades. Os micros e pequenos empresários não podem entrar, individualmente, ou mesmo em grupos, com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade. Mas, entidades representativas podem. Levo fé, também, que algum partido político não cooptado ou adesista ao poder possa aliar-se a essas massacradas empresas nessa empreitada. Será que minha fé é utópica? Nos próximos meses poderemos constatar.

E o aumento?
Obviamente, todos já estão carecas de saber quem foram os deputados que se aliaram ao governador para ferrarem
o povo com esses aumentos no ICMS. E nenhum partido desses pensou exigir do governador para que colocasse em
campo os fiscais tributários para cobrar os impostos dos sonegadores e dos que já foram multados e estão devendo mais de duas dezenas de bilhão de ICMS (que resolveriam os problemas financeiros do Estado, sem cobrar novamente
imposto do povo, já que pagaram o os sonegadores não recolheram aos cofres públicos). ICMS sobre cigarros aumentou 2%, mas sobre combustíveis, energia elétrica e telefonia a cacetada foi de 5% (leia-se 7,5%, pois ele incide sobre ele mesmo). Como? O povo paga TV a cabo para “se divertir”? Toca 2% a mais no imposto disso também! E sobre as grandes fortunas, nenhuma palavra, nenhuma ação. Afinal, poderiam ter problemas com financiamento de campanhas políticas. O aumento do ICMS será pago pelo povão. Que, obviamente, se lembrará dele quando for votar em 2016 e 2018. Ah, sim, eles apostam na “memória curta do povo”. Será que, desta vez, ficará curta? Esqueceram das redes sociais, senhores deputados e governador?