Incerteza e preocupação. É assim que pode-se definir o atual cenário que ronda o futuro do Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV). A mudança de Governo e a crise que o Brasil enfrenta há alguns anos são os responsáveis pelas dúvidas do que acontecerá com o maior programa de habitação popular do Brasil.
De acordo com o Presidente da Associação das Empresas da Construção Civil da Região dos Vinhedos (Ascon Vinhedos), Adriano M. De Bacco, o déficit de habitações que o Brasil ainda precisa suprir é de cerca de oito milhões, sendo que só no Rio Grande do Sul, o número atual é de 238 mil.
O cenário em Bento Gonçalves
A previsão, de acordo com De Bacco, é que Bento tenha recursos disponíveis no máximo até agosto desse ano. Até o momento, a Caixa Econômica Federal – maior responsável pelos financiamentos – continua disponibilizando fundos para a contratação, porém, menos do que nos últimos anos. De Bacco admite que existe uma preocupação, caso o Governo Federal e o Ministério das Cidades – gestor do programa – não disponibilizem verba para a contratação que será necessária para financiar habitações. “Nós, da construção civil, estamos aguardando para ver qual rumo o governo vai tomar. Os projetos que estão em andamento na cidade estão tendo continuidade. Estima-se que para os últimos quatro meses desse ano, não tenha mais recursos, mas essa é a previsão inicial, pode ser que isso mude”, afirma.
Para esse ano, a União prevê orçamento de R$4,8 bilhões para o município, porém, De Bacco explica que desse valor, R$3,8 bilhões estão comprometidos para obras já contratadas, sobrando apenas um bilhão para novas obras.
Segundo De Bacco, Bento Gonçalves possuía uma taxa de déficit habitacional de quase cinco mil, no inicio do PMCMV. “Foram criadas e se especializaram várias empresas que contribuíram para fazer o crescimento do programa, que oferecem até mais do que é exigido, em termos de qualificação dos imóveis”, explica.
Futuro do Programa
De Bacco afirma que a crise existe, mas devido ao espaço que o programa ainda tem para crescer e avançar acredita que o futuro do programa deve ser positivo. A reportagem entrou em contato com o Presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Bento Gonçalves (Sitracom-BG), Ivo Vailatti, que relatou que o novo Governo assumiu não tem colocado para sociedade como está o programa.