O FENÔMENO HEINZE
O Senador eleito Luiz Carlos Heinze é um fenômeno político, ninguém esperava o seu retumbante sucesso eleitoral. E, que, depois de eleito, fosse ter uma atuação tão proativa, retilínea e intensa. Desde o início de sua campanha apoiou Bolsonaro, deu um chega pra lá nos dissidentes Ana Amélia Lemos, Vice de Alckmin e numa possível candidatura de Guilherme Pasin a Vice Governador. “Dono” do PP no Estado, Heinze alinhou todo mundo, Ana Amélia, Pasin e os fiéis seguidores do PP, partido que, fora do estado, se traduziu no mais corrupto, seguido pelo PMDB mas, ambos, por aqui têm exercido um predomínio na gestão pública. Heinze parece ter condicionado Ana Amélia, que queria ser candidata a Governadora na sucessão de Leite, a ser candidata a Senadora, condicionou Pasin a “entrar na fila”, e dentro da filosofia de que “le roi se moi” (o rei sou eu), coloca-se como candidato a Governador com ampla possibilidade de eleição. Bento (?) viu que Heinze estava batendo asas para o lado de Caxias (Porto em Torres – Aeroporto – duplicação de estradas) e o convidou para uma visita que os políticos diriam “oficial” a Bento. A presença de Heinze foi coroada de atos políticos, de agrados, de mimos, com direito até a falar aos empresários do CIC. Fui lá ouvi-lo. Embora a palestra tenha tido seu recheio político, deu para deduzir que se trata de uma das maiores expressões políticas que o estado produziu. Heinze tem história, se posiciona corretamente, é atento a detalhes, conhece profundamente os temas que propõe, se relaciona muito bem, cria raízes políticas positivas. Concitou Bento a juntar-se ao movimento pelo porto de Torres que desobrigaria a Serra da dependência do Porto de Rio Grande. Mas também é só nisso que Bento tem que apoiar Caxias, no resto é uma disputa acirrada. Caxias quer a duplicação Farroupilha-Vendelino e nós temos que lutar pela Bento-Vendelino. Caxias quer o Aeroporto. Já tem um e quer outro maior, e nós temos que lutar pela drenagem, cercamento e estação de passageiros do que temos em Bento. Sem considerar que, com a estrada que temos até Vila Oliva, melhor ir para o Salgado Filho, a partir de Vendelino é via duplicada. Enquanto Heinze falava, na mesa atrás daquela em que eu estava, uma “chacola” coletiva, interminável, em voz alta e, em quase todas as mesas, celulares cintilavam, num flagrante desrespeito ao palestrante. No Salão Nobre da Prefeitura, junto à porta de acesso ao Gabinete do prefeito, tem, ou tinha, faz tempo que não ando por lá, uma Caixa com repartições, as pessoas são, ou eram, convidadas a deixar ali seus celulares antes de ir até o Prefeito. Não sei se foi estabelecida uma medida de segurança contra conversas clandestinas, muito em moda, ou se foi uma imposição de respeito por parte do Prefeito. Quem vai ao CIC deve entender que celulares devem ser desligados e que conversas durante a palestra são sinal de desrespeito inaceitável, com a casa, com o Palestrante, com todos. Respeito, ou se obtêm ou se impõe. Um bilhetinho na mesa dos falantes, tipo “silêncio por favor” eliminaria ou minimizaria o problema e um bilhetinho na mesa, quem sabe uma mensagem impressa no cardápio do jantar, “Respeite o Palestrante, mantenha-se em silêncio, desligue o celular”, também ajudaria. Confesso que fiquei incomodado pela falação e pelo visual de celulares, o que o Heinze falou é de maior importância para os interesses do município e do estado, minha atenção era absoluta. Por outro lado, palestra é que nem casamento, ou se vai com a consciência que tem que respeitar o Padre e os noivos no altar, ou se fica em casa. Já fui a inúmeras palestras por esse mundo afora, não vi rolar o que rola aqui em Bento em termos de desrespeito, é preciso mudar. Falei, tá falado, quem quiser falar diferente, que fale. Por uma Bento mais civilizada, eu disse “mais”.

TRAGÉDIA NOS ARES
Na última coluna eu disse que minha carreira de piloto terminou no meio de uma roça de milho em Nova Prata, mas sobrevivi. A de Frank Zietolie, de maneira trágica, ao chocar-se contra a sacada de um edifício, no Bairro São João. Eu estava em viagem quando recebi a notícia, não só a morte de Frank como também do incêndio da Obispa. A vontade que me deu era de vir correndo e abraçar o pai, Juvenil Zietolie. É duro perder um filho, é pesaroso demais perder dois filhos, deve ser uma dor infinita, profunda, que rasga as entranhas. Ao perder a doce Andressa, Juvenil perdeu uma princesa e, agora ao perder Frank, Juvenil deve ter perdido sua esperança, seu norte, pois embora a dedicação de Kelly, era nas mãos desse filho que ele depositava seu legado empresarial. Conheço Juvenil, ele é humilde, operoso, discreto, cordial. Frank, assim como o pai, não se expunha tanto, tinha um círculo de amizades restrito e uma personalidade marcante, a definição dos amigos o iguala ao pai. Compartilho com essa dor, sofro com ela pelo relacionamento de anos, pela minha admiração, sinto pelas crianças, pela família, mas, diga-se, é um fardo que Deus nos dá para carregar. Lamento também por Bento, perdemos um empresário de elite, são tão poucos precisando fazer tanto. Resta o consolo de que Frank morreu fazendo o que também amava fazer, e muito, pilotar seu avião acrobata que rasgava os céus de Bento. Junto com Ivinho Siviero formava uma parceria de uma ação que inclusive fortalecia o Aeroclube e provocava novos horizontes. Com certas perdas de Bento eu não consigo conviver.

TRAGÉDIA NA TERRA
A OBISPA é uma empresa de beleza arquitetônica e ambiental exemplar. É uma Joint Venture, de capital italiano e brasileiro. Viveu seu esplendor, esteve mergulhada em gestões danosas, foi usurpada, e, como se isso não bastasse, foi agora dizimada por um incêndio implacável. Vai ressurgir, assim como ressurgiu a Todeschini. Amparada também pelo Presidente do Sindicato Empresarial, Juarez Piva, homem de grandes gestos e ações comunitárias, deverá voltar às atividades, a partir do momento em que for encontrado um Pavilhão Industrial adequado e instalação de nova maquinaria. Enquanto isso, o prédio deverá, amparado pelo seguro, ser reconstruído em sua parte industrial. O centro operacional da empresa foi instalado no Sindicato, a comunidade empresarial está empenhada pelo retorno imediato das atividades, interessa a todos. Força OBISPA.