Moradores teriam que arcar com o custo do material e mão de obra; Município faria os demais serviços
Sete anos de espera, muitos pedidos junto ao legislativo e executivo com poucas respostas e avanço quase zero. Para dar fim a esse imbróglio, o Poder Público sugeriu para os moradores da rua Ferdinando Grasselli, no Borgo, uma parceria para que eles tenham o tão esperado calçamento e encerre uma série de problemas que enfrentam durante todo esse período.
Na segunda-feira, 4 de fevereiro, moradores da rua estiveram reunidos com o secretário de Obras e Viação, Lúcio Lanes, para buscar um acordo em torno da colocação do calçamento. Para viabilizar o pedido, segundo os moradores, Lanes sugeriu uma parceria com o município.
Os moradores arcariam com os custos do material, ou seja, as pedras, assim como a mão-de-obra. A prefeitura entraria com a colocação do meio-fio, boca de lobo e pó da brita. Sugestão que, segundo Cristiane Rodrigues, gerou desconforto nela e em outros moradores da rua. “Sabemos que estão fazendo asfalto em cima de calçamento em outras regiões da cidade, calçando outras ruas de bairros como o Vila Nova e aqui nada. Todos nós pagamos o IPTU. E eles justificam que não há verba nos cofres da prefeitura para fazer essa obra. Isso nos causa revolta e muita indignação”, relata.
A morada ainda lembra que anos atrás, o marido Clóvis Baldi Rodrigues subiu um muro em torno da residência para que o calçamento pudesse ser feito. O processo também teria sido em formato de parceria, mas os custos ficaram apenas no bolso dos Rodrigues. Agora, eles buscam o ressarcimento de parte do valor junto à justiça.
Elisângela Santos Laranjeira diz ter conseguido uma conversa com o prefeito Guilherme Pasin e que ele teria dito que os moradores da rua tinham condições para arcar com o calçamento e que a prioridade era as regiões mais necessitadas da cidade.
Ainda segundo Elisângela, a situação está cada vez pior na rua. “Os carros passam e derrapam, com isso as pedras voam para os muros e atingem até os telhados, depois temos que buscar consertar. Em dias de chuva, fica horrível, desde sujeira e outros detritos. Não adianta virem aqui passar uma patrola se não dá dois dias e tudo abre. Isso sem contar a sujeira que nem isso eles recolhem e surgem bichos a toda a hora”, expõe.
Mesmo não aceitando por completo a ideia de parceria, os moradores conseguiram alguns orçamentos para a obra. Os custos ficam em torno de R$21 mil. Caso a mão-de-obra- seja feita pelos próprios moradores, adquirindo assim apenas o material, os custos seriam mais baixos.
De acordo com Cristiane, um novo encontro envolvendo os moradores e Lanes deve ser agendado. “De posse dos orçamentos, queremos mostrar para os demais moradores e para o secretário Lucio afim de buscar um novo acordo. É em apenas um ponto da rua e não em toda, por isso, queremos que o município pague, pois não podemos garantir que todos os moradores tenham essa condição”, assegura.
Prefeitura emite nota sobre a matéria
Por meio da Assessoria de Comunicação, a prefeitura da Bento Gonçalves emitiu uma nota de esclarecimento sobre o assunto, principalmente no tange a fala de uma das moradoras que se refere a um contato que teria sido feito com o prefeito Guilherme Pasin. Eis a nota.