Em nota, Seduc assinala a possibilidade de extinção de algumas das 29 Coordenadorias Regionais de Educação

 

Diante da possibilidade de extinção de Coordenadorias Regionais de Educação (CREs), endossada por uma nota emitida pela Secretaria da Educação (Seduc) do Estado do Rio Grande do Sul, onde pontua-se a necessidade de “enxugar a máquina pública”, a 16ª CRE organizou uma reunião ontem, 21, para discutir o assunto e mobilizar diretores e as Administrações Municipais para a importância da manutenção da Coordenadoria, com sede em Bento Gonçalves.

A 16ª CRE atende 74 escolas em mais de 25 municípios da Serra Gaúcha, além de 1.436 professores e mais de 19 mil alunos. Segundo o diretor da Escola Estadual de Ensino Médio Imaculada Conceição, Moacir Machado, a medida prejudicaria desde os professores até os pais dos alunos. “A CRE orienta acerca de questões pedagógicas, financeiras, recursos humanos, então há necessidade de estar seguido ali pedindo orientações, conversando, esclarecendo. Agora vai se dificultar porque quem precisar de ajuda terá que se deslocar a uma distância maior”, destaca.

Para Machado, as possíveis extinções das CREs seriam retrocessos para a qualidade da educação do Estado. “Não se investe em educação fechando coordenadorias, diminuindo o número de pessoal, mas sim, dando espaço para funcionários que façam seu trabalho bem feito, pagando um salário digno, valorizando o funcionalismo público”, protesta.

Durante a reunião, realizada no Cepers, os diretores presentes elaboraram uma carta solicitando a manutenção do trabalho e sede da 16ª CRE. O objetivo agora é solicitar uma reunião com o Secretário Estadual da Educação, Faisal Karam, para entrega do documento e conversar com os representantes da Coordenadoria. Antes disso, no entanto, os diretores buscarão dialogar com a Administração Municipal de cada uma das suas cidades, para que os prefeitos apoiem a mobilização.

O que diz a Nota da Seduc

O Seduc pontua que seria necessário modernizar o sistema, pontuando que os meios de comunicação modernos permitiriam uma “estrutura mais leve”, “onerando os cofres públicos”. Assinala assim, a viabilidade de “concentrar em locais únicos os serviços ofertados pelo Estado”.

O que diz a carta da CRE

O documento destaca a qualidade do trabalho, reconhecido pelos projetos pedagógicos premiados e pelo desempenho dos alunos da região. Aponta ainda que as características próprias da região e o conhecimento da logística das escolas, além da eficiência do suporte básico e das demandas de RH são alguns dos motivos para a manutenção da Coordenadoria.

Foto: Fábio Becker