“Fake News” não são coisas da modernidade. Antes mesmo do “boom” tecnológico, historinhas vêm sendo contadas como verdades absolutas. Mas Deus livre o Papa Francisco de desmentir alguns mitos! O povo cristão não quer nem saber. Adão veio do barro amassado, Eva veio da costela emprestada por Adão, e a humanidade veio do pecado de ambos, que comeram a maçã proibida. Daí surgiu o Inferno, e ponto final.
A polêmica criada na semana que passou me fez lembrar de uma piada cuja autoria se perdeu por aí, e que tem tudo a ver com o “status quo” do Brasil (não visto toga, mas assisto às discussões dos togados). Peço licença para transcrevê-la:
“Um famoso político morre e é recepcionado por São Pedro, que estranha o fato e lhe diz:
— Bem, como raramente vemos parlamentares por aqui, não sabemos o que fazer com você.
— Não vejo problema, é só me deixar entrar — diz o antigo senador.
— Eu bem que gostaria, mas tenho ordens superiores para não permitir isso. Vamos fazer o seguinte: você passa um dia no Inferno e um dia no Paraíso. Aí, pode escolher onde quer passar a eternidade.
Assim, São Pedro o acompanha até o elevador, que desce, desce, desce até o Inferno. A porta abre e ele se vê no meio de um lindo campo de golfe, onde seus amigos e outros políticos, todos muito felizes e em traje social, o cumprimentam calorosamente. Eles jogam uma partida descontraída e depois comem lagosta e caviar, falando sobre os bons tempos em que ficaram ricos à custa do povo. Quem também está presente é o diabo, um cara muito amigável que passa o tempo todo dançando e contando piadas. No final do dia, nosso nobre parlamentar sobe para conhecer o Paraíso. Depois de passar 24 horas junto a um grupo de almas contentes que andam de nuvem em nuvem, tocando harpas e cantando, São Pedro retorna a ele e pergunta:
— E então, qual lugar você escolheu para sua morada eterna?
Depois de pensar por alguns segundos, o político responde, decidido:
— Olha, o Paraíso é muito bom, mas eu acho que vou ficar melhor no Inferno.
São Pedro então leva-o de volta ao elevador, que desce, desce, desce até o Inferno. A porta abre e ele se vê num cenário horrível, no meio de um enorme terreno baldio cheio de lixo. Todos os amigos estão com as roupas rasgadas e sujas, pegando o entulho e colocando em sacos pretos. O diabo vai ao seu encontro e passa o braço pelo ombro do senador.
— Não estou entendendo… — gagueja o senador — Ontem mesmo eu estive aqui e havia um campo de golfe, lagosta, caviar, e nós dançamos e nos divertimos o tempo todo. Agora só vejo esse fim de mundo cheio de lixo e meus amigos arrasados!
O diabo olha pra ele, sorri ironicamente e diz:
— Ontem estávamos em campanha. Agora já conseguimos o seu voto…”